A Rota do Sol (RS-486) terá bloqueios totais no tráfego de veículos a partir desta sexta-feira (10), junto às travessias aéreas para anfíbios instaladas em Itati. A intervenção é necessária para a realização de estudos sobre atropelamentos de animas silvestres. As interrupções serão de alguns minutos dentro de dois intervalos de tempo de duas horas – o primeiro das 6h às 8h e o segundo das 17h às 19h.
Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), os bloqueios ocorrerão diariamente até a próxima terça-feira (14).
A medida é uma etapa das exigência do Ministério Público e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para garantir a travessia segura dos animais. Muitas espécies da região estão em risco de extinção e os especialistas precisam verificar a efetividade dos dispositivos que já estão em funcionamento, como as passagens subterrâneas e o cercamento lateral.
— Serão interdições necessárias para a realização dos estudos de monitoramento de animais que habitam a Reserva Biológica Mata Paludosa e, em muitos casos, morrem ao atravessar a estrada. Serão pequenos intervalos no início do dia e ao final da tarde e não será necessário que os motoristas façam desvios — explica o diretor de Operação Rodoviária do Daer, Sandro Vaz dos Santos, referindo que o cumprimento da determinação é necessária para manter a licença de operação da rodovia.
As alterações no trânsito serão monitoradas pelo Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) e devem ocorrer novamente no próximo ano, nos meses de janeiro e fevereiro, ainda sem data definida.
Estudos semelhantes já foram realizados entre o fim de 2017 e o início de 2018 com o objetivo de identificar o comportamento dos animais e tomar as medidas mais eficientes para a preservação. Após a implantação das ações, os levantamentos são repetidos para verificar se os dispositivos surtiram o efeito desejado.
Há cerca de um mês o trecho ganhou travessias aéreas, além das subterrâneas já existentes. As estruturas auxiliarão na travessia de espécies que vivem nas copas das árvores e serão totalmente envoltas pela vegetação para atrair os animais. A Reserva Biológica Mata Paludosa integra uma das últimas áreas de Mata Atlântica na planície costeira gaúcha. Por se situar em uma área bastante úmida, é habitat de espécies de anfíbios que não existem em outras regiões do Estado.