Em entrevista ao Programa Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra, nessa quarta-feira (10), a vereadora Emilia Fulcher (MDB), que assumiu como presidente em exercício da Câmara de Vereadores de Canela, disse que a cidade está chocada com os desdobramentos da operação da Polícia Civil que resultou nas prisões do presidente do Legislativo, Alberi Gavani Dias (MDB), do secretário municipal de Obras, Luis Claudio da Silva, e do interventor do Hospital de Caridade do município, Vilmar da Silva dos Santos na última segunda-feira (8).
Segundo ela, a operação foi uma surpresa para toda a população da cidade e até mesmo para os turistas, já que esta época que antecede o Natal é de muita movimentação no município. A vereadora comenta que é um estado de choque para a comunidade, pois ninguém esperava uma notícia dessas, ainda mais nesse período turístico.
— A comunidade está em choque, para nós foi um momento bem triste que estamos vivendo, mas também não queremos levar além e condenar. Estamos esperando totalmente e confiantes na Justiça. E que a Justiça seja feita —ressalta.
As prisões ocorreram durante a operação que investiga, desde abril desse ano, suposta rede de corrupção para lavagem de dinheiro. Os três envolvidos foram libertados pela Justiça na manhã dessa terça-feira (9). A soltura ocorreu após audiência na 1ª Vara Judicial de Canela. Entre as práticas criminosas realizadas por eles, estariam suspeitas de falsificação de documentos, crimes em licitação, ocultação de bens, desvio de materiais de construção adquiridos para reforma do Hospital de Caridade, canalização de verbas, orçamentos fraudulentos em licitações e rachadinha de salários da prefeitura.
Nesse período, a atual presente em exercício disse que não teve contato com o vereador Alberi, apenas com o seu assessor, que afirmou que desconhecia qualquer tipo de envolvimento. Para realizar seguir com as investigações, a Polícia Civil levou quatro computadores da Câmara, os que eram utilizados pela presidência. Emília afirma que a Casa fará a reposição desses equipamentos por meio de uma licitação em que serão adquiridos novos computadores para dar sequência às atividades do Legislativo apesar do ocorrido.
Segundo ela, o que chamou a atenção, foi o suposto envolvimento do presidente. Eles estavam cientes apenas do processo em investigação do hospital, com os outros envolvidos.
No momento, Dias está afastado da Câmara por um período de 60 dias. Essa foi uma negociação proposta pelo advogado dele à Justiça. Em seu lugar irá assumir a vereadora do MDB, Andressa da Conceição, suplente na legislatura.
— Estamos nos organizando para que a casa continue fazendo o seu trabalho. Tivemos a sessão normalmente e estamos nos organizando para substituir o vereador, fazendo a parte legal de posse. Inclusive, da minha pessoa como presidente. Nós estamos aguardando todas as informações da Justiça — explica a presidente em exercício.
De acordo com Emilia, o Legislativo também vai verificar como ficará a situação do vereador após esse período de afastamento do cargo. Ela frisa que a Câmara não está envolvida com o caso em investigação. Inclusive afirma que, se for preciso, será instaurada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta feita pelos vereadores do PDT que fazem oposição ao governo municipal. O objetivo agora, é organizar a Comissão de Ética a fim de avaliar todos os casos.
— Pra mim é um processo totalmente novo. Eu era apenas a vice-presidente e tive que assumir de uma hora para a outra a presidência. Eu também estou me inteirando ainda dos fatos. Existe a oposição de Canela, e até os membros da casa, os vereadores, querem fazer o melhor esclarecimento possível para a comunidade. Nós vamos nos inteirar do processo — destaca.