O Caxias quer que as duas próximas rodadas do Campeonato Brasileiro da Série C sejam adiadas, mas a paralisação do campeonato depende do aval da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Enquanto aguarda uma definição, o grená segue a rotina de treinos, no CT Baixada Rubra.
— A nossa rotina não continua moralmente bem, porque independente de como fomos afetados aqui, nós continuamos atentos com tudo que está passando no Estado. Não fomos atingidos como instituição, então continuamos fazendo o nosso trabalho, mas obviamente estamos muito mais preocupados com as circunstâncias do Estado — afirmou o meia Augusto Galvan.
Para o atleta, a paralisação do campeonato nacional seria a melhor alternativa para arrumar o calendário dos clubes que tiveram partidas adiadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
— Eu acho que esse é o pensamento que compartilhamos dentro do vestiário e obviamente com o clube, e esse foi um posicionamento feito que tem sido pensado ao longo de toda essa situação. Moralmente, pensando toda a questão de ser brasileiro, eu acho que isso seria o melhor caminho e a solução para todos nós.
Galvan ainda destacou se já existem conversas entre atletas dos demais clubes da Série C para que apoiem a causa das equipes gaúchas de paralisar a competição por duas rodadas.
— Sinceramente, não há uma conversa abertamente com outros colegas, mas eu acho que a conversa tem sido mesmo dessa questão de eles poderem ajudar nessa questão da doação, de alimentos e tudo mais. Infelizmente, não tem como estarmos presentes no local, mas há outras possibilidades de ajuda. Até porque o campeonato não está paralisado, então eles têm outros pensamentos no momento, mas o nosso é somente esse.
Mesmo com o provável prejuízo físico e técnico pelo período sem jogos, o meia grená faz questão de ressaltar que isso nem passa pela cabeça do elenco neste momento.
— O futebol hoje, infelizmente, está de lado, e essa questão humana é a que temos que colocar como prioridade. Eu acho que a gente está fazendo o nosso trabalho na medida do possível, mas o nosso pensamento não está voltado a daqui a um tempo estarmos 100% recuperados fisicamente ou tecnicamente. A nossa prioridade é que realmente as pessoas que foram atingidas estejam bem e recuperadas de tudo aquilo que perderam.
E sobre os inúmeros casos de famílias desabrigadas e que passam por um período de reconstrução, não apenas de suas casas, mas de suas vidas, Galvan foi enfático.
— O pensamento que passa é que poderia ter sido nós naquele lugar. E nós, como profissionais do futebol, temos ajudado principalmente outros atletas que foram atingidos, alguns até passaram pelo Caxias. E são famílias que a maioria das vezes são recém-formadas, com um filho pequeno, e eles perderam tudo. Então, esse é o pensamento que nós temos. Que se fosse o contrário, possivelmente seriam pessoas dispostas a nos ajudar. E esse é o mínimo que nós podemos fazer por elas — finalizou o meia-atacante grená.