Com o adiamento dos jogos das equipes gaúchas em competições nacionais até o dia 27, o Caxias vai fechar o mês de maio sem partidas oficiais. A última vez em que o time de Argel pisou no gramado para um jogo oficial ocorreu no dia 28 de abril, diante do Botafogo-PB, em João Pessoa.
Desde então, quatro partidas foram adiadas — Sampaio Corrêa, Ypiranga Tombense, fora de casa, e Confiança, em Caxias do Sul — sendo que o próximo compromisso oficial marcado está previsto para o dia 2 de junho, contra o Figueirense.
Sem jogos por 35 dias, o clube corre contra o tempo para renegociar contratos com patrocinadores para não perder a cota mensal, vital para que o Caxias mantenha as contas em dia. Caso por exemplo do contrato que o Grená tem com o Banrisul. Se o Caxias não jogar pelo menos uma partida ao mês, o Banco do Estado não tem a obrigação de pagar pelo patrocínio.
— Esse problema foi levantado inclusive semana passada pelo Milton Machado (diretor de futebol) do São José, porque todos os contratos do Banrisul com os clubes que ele patrocina, eles não aceitam mudar nada por isonomia. Não querem dar privilégio para clube nenhum. E existe esse contrato, só se alguém der um canetaço para receber. Eu acredito até que o Banrisul vai ser sensível e vai pagar. Assim como existe a possibilidade de ter algum jogo dia 30 ou 31. Nós estamos pedindo após o dia 31, mas a gente não sabe o que a CBF vai marcar — revelou o presidente Mário Werlang ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra.
Segundo o mandatário grená, o patrocínio com o Banrisul representa entre 20 e 25% da folha salarial do clube.
— É bastante coisa. Este mês pagamos a folha e vamos pagar os direitos de imagem semana que vem, isso aí já está garantido. Agora o mês que vem com certeza cria dificuldade, porque nós temos um orçamento apertado. Todo mês é uma briga para buscar, porque não é só patrocinador como também nós poderíamos, nesse período, ter no mínimo mais duas a três bilheterias em casa que nos ajudaria.
A questão contratual dos atletas também pode ser um dificultador. Como o Caxias fez muitos contratos até o fim da Série C, cujo fim está previsto para o final de outubro, o adiamento de muitas partidas poderia acarretar em mais um problema ao clube.
— Eu acho que fica inviável ampliar o calendário além de outubro. Foi uma das questões que foi levantadas no grupo da Série C, porque ninguém quer ampliar contrato. Teria que haver uma mudança na lei inclusive, porque contrato mínimo de jogador de futebol é de três meses, e não se pode ampliar por um mês. Então, quem tem contrato até 31 de outubro não pode ampliar para 30 de novembro, porque a lei não permite, teríamos que ampliar até janeiro — apontou Werlang, que ainda completou:
— O custo ficaria totalmente inviável. Por isso a nossa proposta à CBF foi de paralisar a Série C e fazer uma nova tabela. Vamos recuperar dois jogos e não quatro. Então, nós vamos ter duas quarta-feiras a mais do que os outros. Isso é viável dentro de um período de três ou quatro meses.