Jovem do interior de São Paulo, Lucas Barbosa vive um bom momento com a camisa do Juventude. Titular em 12 jogos na temporada, ele já balançou as redes cinco vezes e deu outras duas assistências. É uma das referências técnicas da equipe neste começo de 2024.
Natural de Bebedouro-SP, o atleta de 23 anos é exemplo dentro e fora de campo. Apesar da pouca idade, ele não esqueceu a sua origem. Muito pelo contrário. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra, o atacante revelou fazer um evento ao fim de cada temporada na sua cidade natal.
— Eu tenho uma identificação com a rapaziada ali, muito legal. Chama Barbosa Cup o evento. Faço um torneio sub-11, sub-14 e adulto amador. Ali distribui presentes na época do Natal, cestas básicas. Eu vim de uma família bem simples, humilde. E vi que ali tem uma carência enorme. Então, tomei essa iniciativa — explicou o jovem.
A sequência como titular é a maior do atleta nas últimas temporadas. No Santos, ele teve mais de 40 jogos em 2022, mas em sua grande maioria entrava no fim das partidas. O atleta reconhece a boa fase e também fala como foi que o time do Juventude encarou uma queda de rendimento antes das quartas de final do Gauchão.
— Estou muito feliz vivendo essa fase. Creio que o jogador precisa dessa sequência de jogos para mostrar seu trabalho. Confiante e espero marcar mais gols com a camisa do Juventude. Respondemos na hora certa. Começamos a nossa oscilação contra o Brasil de Pelotas, num campo onde a gente não conseguia jogar. Contra o Guarany, em Bagé, tinha um torcedor que ficava gritando na janela do vestiário: "Roger, vai sair e tal". E nesse momento a gente falou: "ninguém vai sair, vamos ganhar e se classificar" — revelou Lucas Barbosa.
O RIVALDO JACONERO
Em campo, fisicamente, Lucas Barbosa lembra um grande jogador que já vestiu a amarelinha. Rivaldo não atua mais, mas quem o viu sabe da sua qualidade com a bola. Pentacampeão com a Seleção e melhor do mundo em 1999, o jogador era esguio, de passada larga e ágil, características que Lucas demonstra em jogo.
— O professor Paulo Paixão também fala. Ele diz que eu tenho a fisionomia igualzinha dele, o perfil. Eu disputei um campeonato nos Estados Unidos, a Dallas Cup, e meu apelido lá era Rivaldo. Me comparam com caras da Seleção Brasileira, eu fico feliz, mas espero escrever minha história também. Estive perto da seleção sub-17, na época do Novorizontino, que eu me destaquei. Só que nunca cheguei a ser convocado, é um sonho que tenho — declarou.
DECISÃO NO BEIRA-RIO
Com Lucas Barbosa em campo, o Juventude voltou a crescer no Campeonato Gaúcho. O trio composto com Edson Carioca e mais Gilberto deu liga. O time marca a saída de bola do adversário e também consegue balançar as redes. Na próxima segunda-feira (25), às 21h45min, o Alviverde precisará novamente do seu ataque para vencer o Inter pelo jogo de volta das semifinais do Gauchão. Além da tática e da técnica, Lucas Barbosa pontua que o mental deve estar forte no Estádio Beira-Rio.
Vai ser um verdadeiro jogo de xadrez e quem errar menos vai ganhar.
LUCAS BARBOSA
Atacante do Juventude
— O mental é importante, mas em questão de motivação e confiança pra esse jogo, acho que vem de dentro, acho que igual eu durmo e acordo pensando nesse jogo e saber que eu estou há três jogos de ser campeão do Campeonato Gaúcho e fazer história com a camisa do Juventude. Temos treinado bastante a parte tática, a parte física também para suportar o jogo marcando o Internacional — afirmou Lucas, que projeta a decisão como um jogo de xadrez:
— Acho que eles não vão modificar muito. A gente vai fazer estratégia, eu creio que eles também vão fazer estratégia pra pegar a gente. Então, vai ser um verdadeiro jogo de xadrez e quem errar menos vai ganhar.
