Alan Ruschel tem o DNA Jaconero. Assim como o torcedor, ele sentiu na pele todos os sentimentos da temporada. No começo, enfrentou a angústia por não jogar. Depois, a solidão de ir treinar separado. Com a chegada de Carpini, ele voltou a sorrir. Em campo, foi o dono a camisa 6, ou melhor, a 28.
A imagem dele, de braços abertos, após o apito final na vitória sobre o Ceará resume o ano de Ruschel, o redentor jaconero.
Ao longo da Série B, o capitão do Ju atuou em 32 partidas na competição e ainda anotou três gols. No último sábado, na vitória por 3 a 1, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, ele falou ao repórter da Rádio Gaúcha Serra e Pioneiro, Rafael Rinaldi, sobre o acesso à Série A.
— Cara, só tenho a agradecer a Deus por ter me capacitado e por não ter me deixado desanimar nos momentos mais difíceis que passei. O pessoal sabe, não foi o começo de temporada que planejei. Persisti, trabalhei, dei a volta por cima e Deus me consagrou com o acesso e capitão do time. Com ajuda de muitos jogadores experientes que me ajudaram neste acesso. Agradecer a toda minha família que não me deixou desanimar. Deus me coroou com esse lindo final de ano — declarou Ruschel.
Aos 34 anos, Alan Ruschel é um dos sobreviventes do trágico acidente aéreo da Chapecoense, que vitimou 71 pessoas em 2016, na Colômbia. Nove meses depois, ele voltava a jogar em um amistoso contra o Barcelona. Com a camisa do Juventude, completou 100 jogos pelo clube neste ano. Ele sabe como ninguém todo o sofrimento para o time chegar à redenção do acesso.
— Foi assim o campeonato inteiro. Perdemos no último minuto, ganhamos no último minuto, empatamos, vencemos, tivemos jogador expulso que não era para ser expulso, teve pênalti aqui que não foi e podia ter acabado com nosso planejamento do ano. Demos a volta por cima e está tudo certo — finalizou Ruschel.