A derrota por 3 a 0 para o Atlético-GO não é o que mais preocupa o torcedor do Juventude. Nem mesmo a situação na tabela de classificação da Série B. O Verdão é o sétimo colocado, com 44 pontos, mas está a apenas um do quarto, o Novorizontino (que joga nesta segunda-feira contra o Avaí, na Ressacada), e a três do vice-líder Sport. O G-4 não é um sonho distante. Mas o que tem causado insônia na Papada é falta de efetividade do ataque alviverde na competição.
O time marcou 26 gols nos 27 jogos disputados. Uma média inferior a um gol por partida. Os seis clubes que estão acima do Verdão na tabela tem ataques mais efetivos. Contra os goianos, o técnico Thiago Carpini tentou criar alternativas para que o time encontrasse o caminho do gol. Mas a estratégia fracassou.
— A efetividade não é só hoje. É um problema recorrente. Precisamos criar situações. Estamos tentando. A entrada do Alan, do Kelvyn e do Mandaca era pra ciar alternativas em cima do que a gente tem. Infelizmente não funcionou. A equipe se desestruturou um pouquinho. Acho que sentimos o primeiro gol. Não podemos desequilibrar e deixar de ter atenção em momento algum. Isso aconteceu no gol e em boa parte do segundo tempo — admitiu o treinador após o jogo em Goiânia.
O golaço de Nenê diante do Mirassol, na 25ª rodada, foi o último marcado pela equipe alviverde, que passou em branco nas duas rodadas seguintes diante da Chapecoense, no Alfredo Jaconi, e do Atlético-GO, fora de casa.
E nas últimas seis rodadas, o Ju balançou as redes em apenas duas partidas. Além da bucha de Nenê, contra o Mirassol, diante do Guarani, a zaga e o goleiro Pegorari se atrapalharam no recuo de bola e deram o gol de bandeja para Erick Farias. Mas o centroavante não conseguiu deslanchar depois disso e agora está no Departamento Médico se recuperando de uma lesão na coxa.
A equipe alviverde passou em branco diante de Vila Nova-GO, Sampaio Corrêa, Chapecoense e Atlético-GO. Nem mesmo o estreante Gabriel Taliari conseguiu estufar as redes. Atuando mais à frente, o jogador ainda teve as parcerias de Victor Andrade e David, no jogo de domingo.
— No segundo tempo, a entrada do Kelvyn foi pra ter mais um homem nesse corredor. Em alguns momentos, o Victor Andrade e o David ocuparam o mesmo espaço. Essa era uma coisa que não aconteceu nos treinos da semana. Não foi uma invenção. Nessa mesma composição de saída de três, com uma linha de cinco, vencemos o Mirassol, conseguimos a vitória e fomos elogiados por todos. Então, o futebol está muito aquém do resultado. Quando funciona, não está tudo certo. Quando perdemos, não está tudo errado — apontou Carpini, que ainda completou:
— Chances o time cria. Seria uma coisa que me preocuparia mais. O que está incomodando todos nós e à torcida é a falta de gols. Nós tivemos uma bola com o David sozinho dentro da área e outra finalização do Andrade. São situações em que é muito tênue a linha da derrota e da vitória. Se fizéssemos o gol ali, estaríamos aqui com outro discurso.
Perda da referência no ataque
A saída de Rodrigo Rodrigues foi um divisor de águas no ataque alviverde. Com o camisa 9 em campo, o Ju marcou 23 gols em 20 partidas na Série B. Mesmo com a venda para o futebol da Tunísia, há mais de um mês, o centroavante ainda é um dos goleadores da equipe na competição, com seis gols, um a menos do que Nenê.
Nos seis jogos sem Rodrigo Rodrigues, o Juventude marcou apenas dois gols e ficou quatro partidas sem balançar as redes. Mesmo assim, o treinador garante que não é a falta de capacidade do elenco que fez com que a média de gols baixasse.
— Não é falta de capacidade. São detalhes que envolvem o momento de uma tomada de decisão do atleta. O gol vai acontecer. As situações vão voltar a fluir e daí iremos enaltecer a capacidade dos atletas— afirmou o técnico.
No sábado (16), o Ju volta a campo às 18, no Alfredo Jaconi, para tentar acabar com a seca de gols diante do CRB. Curiosamente, o time de Alagoas vem de uma incrível goleada, de 6 a 0, imposta sobre o líder Vitória.
— Perdemos um jogo. Então nada muda. Não tem teoria do caos. Nos permitimos sonhar pelo acesso pelos méritos dos atletas e do que estamos construindo juntos aqui. A gente precisa de um próximo jogo para dar a resposta. Tem que ser sábado, na nossa casa. Voltar a ser forte e efetivo — finalizou Carpini.
Ataque do Ju na Série B
:: 12º melhor ataque, com 26 gols em 27 jogos, média de 0,96 gol por jogo;
:: Dos 27 jogos na competição, time não marcou gol em nove (33%);
:: Com Rodrigo Rodrigues, equipe marcou 23 gols em 20 partidas, com média de 1,15 gol por partida;
:: Sem o centroavante, time marcou dois gols em seis partidas, com média de um gol a cada três jogos