O provável rebaixamento do Juventude para a Série B do Campeonato Brasileiro tem impacto direto nas receitas do clube e no orçamento para a próxima temporada. No planejamento orçamentário, uma base inicial para 2023, ainda há incertezas sobre valores de cota de televisão tanto no Gauchão quanto na Segunda Divisão nacional.
Nesta temporada, o orçamento do Juventude deve ser finalizado em torno de R$ 80 milhões. Em 2023, esse valor pode cair para menos de R$ 20 milhões. Com isso, automaticamente o investimento no futebol será menor também.
— Apesar de terminarmos o ano com superávit, vamos ter um aperto de caixa muito grande. Nossas receitas irão diminuir. A nossa meta salarial fica abaixo de R$ 30 mil. Vamos ter que ter criatividade e parcerias para aumentar a receita. Nosso orçamento sempre se baseia no pior caso. Apertamos para, se entre mais receitas, podemos sonhar mais alto — afirmou o presidente Fábio Pizzamiglio.
Portanto, essa é estimativa inicial que pode sim variar. A medida que melhora o orçamento, o Juventude pode fazer mais investimentos. Para isso acontecer, outras receitas precisam entrar.
— Vamos trabalhar com os pés no chão. O Juventude é um exemplo. Em nossos acessos tivemos um orçamento parecido com esse. De acordo com o ano, se conseguirmos melhorar, podemos fazer novos investimentos — avaliou Pizzamiglio.
O Juventude não contabiliza, por exemplo, no orçamento inicial para 2023 o objetivo de vender R$ 2 milhões em jogadores. Por isso, no planejamento está a utilização de pelo menos seis atletas da base no profissional. Neste ano, a diretoria admite que as finanças estiveram controladas na Série A.
— Essa questão do orçamento, nos dois anos de Série A, ele foi muito controlado, mas foi mais fácil de administrar. Neste próximo ano, o orçamento precisa ser rigorosamente atendido. Vai ser muito difícil manter um nível de Série A na Série B. Então, vão ocorrer alguns cortes. Algumas despesas teremos que cortar. Estamos com superávit contábil, mas o nosso caixa está apertado — disse Paulo Stumpf, vice-presidente responsável pelas finanças, que completou:
— Vamos ter que nos reinventar. O Chávare (diretor-executivo) irá nos ajudar, o comitê gestor também. A própria área comercial e marketing vai precisar de mais patrocínios.
MENOS RECEITA EM 2022
Neste ano, devido ao desempenho ruim no Brasileirão, o Juventude teve um corte de cinco jogos de televisão. Esses cinco jogos representam em torno de R$ 7 milhões a menos de receita que estava no orçamento de 2022.
— Estamos no final de outubro e não temos uma verba definida do Gauchão e para a Série B. Estão acontecendo reuniões, mas não há definições. Não tenho o número ainda para dizer o orçamento para o futebol. A Copa do Brasil, nós estaremos em outro item de verba por estar na Série B. Não estou fazendo terra arrasada. Estou colocando os pontos. Não fizemos gorduras na Série A, como muitos falam — afirmou Stumpf, que admitiu que o Juventude entrará mais equilibrado na Série B do que em outros anos:
— Vamos disputar uma Série B mais equilibrado financeiramente, sabendo o que precisa e o que não precisa. Com certeza, em termos de futebol estaremos bem mais forte. Pelo que temos visto, a Série B do ano que vem estará mais equilibrada. Esse ano tem vários clubes com receita para o futebol bem maior do que nós disponibilizamos na Série A do Juventude.