O ano de 2022 para o torcedor do Juventude foi frustrante do início ao fim. Após garantir a permanência na Série A em 2021, tinha-se a expectativa de que a temporada seguinte seria um pouco mais tranquila, onde os jaconeros poderiam sonhar, por exemplo, com o título do Gauchão e com uma classificação para a Sul-Americana. No entanto, a realidade que bateu na porta foi bem diferente daquela que os alviverdes desejavam.
No Campeonato Gaúcho, sob o comando de Jair Ventura e Eduardo Barros, o sonho do título acabou se tornando um pesadelo, já que, por muito pouco, o Juventude não foi rebaixado para a Divisão de Acesso. Ainda, para seguir na elite do futebol do RS, a equipe alviverde contou com a ajuda do Caxias, maior rival, que venceu o União Frederiquense na última rodada da fase de grupos. Em caso de derrota grená, aliada à derrota alviverde para o Brasil-Pel, o Juventude confirmaria o descenso.
Buscando evitar outro susto e atingir as metas estabelecidas, o Juventude trouxe Eduardo Baptista para assumir o comando técnico da equipe no Brasileirão, para recomeçar a temporada do zero. Porém, apesar dos novos reforços e das mudanças táticas e técnicas no elenco, o destino alviverde em 2022 já parecia traçado.
Sendo assim, elencamos 11 imagens que resumem os principais acontecimentos do rebaixamento do Juventude no Brasileirão de 2022. Desde o início, com Eduardo Baptista, até a confirmação da queda nesta quinta-feira (27), na derrota em 1 a 0 para o Atlético-MG.
BONS DESEMPENHOS, MAUS RESULTADOS
Após encerrar sua participação no Campeonato Gaúcho, onde a equipe quase foi rebaixada, o Juventude teve quase um mês de preparação para o Brasileirão. Com um novo técnico, o Juventude recebeu o Bragantino na primeira rodada, no Estádio Alfredo Jaconi, e surpreendeu o torcedor com o bom futebol apresentado pelo time de Eduardo Baptista. Contudo, depois de ter virado o placar para 2 a 1, o Verdão acabou sofrendo o empate no final da partida. E esse foi apenas o primeiro jogo onde o Ju não conseguia aliar desempenho com resultado, algo que se tornou característico da equipe de Eduardo Baptista.
EXPULSÕES RECORRENTES
Outro ponto que frustrou, de maneira recorrente, o início de Brasileirão do Juventude, foi o grande número de expulsões sofridas. Durante toda a Série A de 2021, a equipe alviverde acumulou apenas três cartões vermelhos, enquanto na atual temporada - que ainda não terminou - o número já chega a oito. As frequentes expulsões prejudicaram, principalmente, o início da campanha do Ju na competição nacional.
COM DOIS A MENOS, A PRIMEIRA VITÓRIA
Depois de deixar os três pontos escapar por diversas vezes, como foi contra Bragantino, Cuiabá, Botafogo e Inter, enfim veio a primeira vitória do Juventude no Brasileirão. E da maneira mais inusitada e improvável que se possa imaginar. O triunfo ocorreu na sexta rodada, diante do Avaí, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. Até então, a equipe catarinense tinha 100% de aproveitamento em casa e ocupava a terceira colocação, com três vitórias, um empate e uma derrota.
No primeiro tempo, o Juventude abriu o placar com Óscar Ruiz, de cabeça. Dois minutos depois, o Avaí empatou com Bissoli. A partida corria tranquilamente, até que tudo virou de ponta cabeça na segunda etapa. Aos 19, o meia Chico foi expulso. Seis minutos depois, o Ju voltava a liderar o placar, com gol de cabeça de Vitor Mendes. Para complicar ainda mais a situação do time alviverde, o atacante Paulinho Moccelin também foi expulso. Porém, mesmo com dois jogadores a menos, o Juventude segurou o resultado e conquistou, então, sua primeira vitória no Brasileirão.
SEQUÊNCIA DE EMPATES E VIRADAS
Muitas vezes, o início de competição de uma equipe diz muito sobre como será a campanha dela. E o começo de Brasileirão do Juventude pode ser resumido em uma palavra: frustração. Conforme elencado anteriormente, a equipe, até então comandada por Eduardo Baptista, jogava bem, melhor que a maioria dos adversários, mas não era eficiente e não transformava o desempenho em resultados positivos.
O primeiro turno alviverde ficou marcado por inúmeras vitórias que a equipe deixou escapar entre os dedos. Diante de Bragantino, Botafogo, Fortaleza, Athletico-PR, Santos, Atlético-GO e Coritiba, o Juventude chegou a ficar na frente do placar, mas não conseguiu sustentar o resultado positivo em nenhum desses jogos. Também, contra Cuiabá e Goiás, ambos no Alfredo Jaconi, o Ju desperdiçou pênaltis – com Pitta e Ricardo Bueno – que dariam a oportunidade de o time abrir o placar. O Verdão acabou sendo derrotado pelo Cuiabá e ficou no empate com o Goiás.
SOB FORTE CHUVA, A PRIMEIRA VITÓRIA EM CASA
O Juventude ainda não havia vencido no Estádio Alfredo Jaconi e já estava na zona de rebaixamento. A vitória veio apenas na nona rodada, diante do Fluminense, na partida marcada pela forte chuva que caiu em Caxias do Sul naquela manhã de domingo. E assim como foi contra o Flamengo, em 2021, o Juventude venceu uma equipe carioca no gramado alagado do Jaconi.
O gol foi marcado no primeiro tempo, pelo zagueiro Luccas Claro, contra, que tentou evitar que a bola entrasse no chute de Isidro Pitta. Com a vitória, o Juventude ia a 10 pontos na tabela de classificação.
SAI BAPTISTA, ENTRA LOUZER
A 13ª rodada do Brasileirão chegava e o Juventude seguia na sina de não conseguir vencer, mesmo saindo na frente, apresentando um bom desempenho. Visando a recuperação na Série A e evitar o rebaixamento, a direção alviverde optou pela mudança no comando técnico. Após a derrota por 3 a 1 para o Atlético-GO, fora de casa, Eduardo Baptista foi demitido e o contratado para substituí-lo foi Umberto Louzer.
O novo treinador estreou diante do São Paulo, no Morumbi, e causou uma boa impressão, já que o Juventude não sofreu gols - algo raro, já que a equipe possuía a pior defesa da Série A. sendo vazada 61 vezes - e conseguiu segurar um empate em 0 a 0. Entretanto, a estreia de Louzer foi apenas um ponto fora da curva na sua passagem pelo clube alviverde.
O COMEÇO DO FIM
Para alguns, o jogo contra o Goiás, pela 17ª rodada, foi o começo do fim do Juventude na Série A. O rebaixamento era questão de tempo. Na quarta partida de Umberto Louzer como técnico, o Ju — que na época estava na vice-lanterna com 12 pontos — precisava vencer o adversário direto para diminuir a distância de seis pontos para o 16º colocado.
O Juventude, que não fez uma boa partida, teve a chance de vencer no segundo tempo. Porém, o centroavante Ricardo Bueno acabou desperdiçando uma cobrança de pênalti. Ainda, no final do jogo, o zagueiro Thalisson chegou a marcar, mas o gol foi anulado por impedimento.
A ÚLTIMA VITÓRIA ANTES DO MAIOR JEJUM NO BRASILEIRÃO
O primeiro turno do Brasileirão chegava na sua rodada final e a situação do Juventude na tabela já era difícil de ser revertida. A equipe não vencia há nove jogos e havia assumido a lanterna. Uma vitória na última partida do turno, diante do Ceará, no Estádio Alfredo Jaconi, era a esperança de retomar a confiança da equipe para se recuperar na segunda metade da competição e evitar o rebaixamento.
E a vitória veio. Em uma partida com poucas chances, o Ju derrotou o Ceará, do técnico Marquinhos Santos, por 1 a 0. O gol da vitória saiu aos 21 minutos da segunda etapa, com Pitta, de cabeça. A vitória tirou o Ju da lanterna e diminuiu a distância do 16º colocado para cinco pontos. No entanto, aquela foi a última vitória alviverde antes do maior jejum que a equipe viria passar.
SEGUNDO TURNO SEM VITÓRIAS
Se o jejum de nove jogos sem vitória já era angustiante, mal sabia o torcedor do Juventude que a equipe teria um recorde negativo ainda maior. Depois de derrotar o Ceará, na 19ª rodada, no dia 24 de julho, o Juventude não venceu mais no segundo turno (até então, na 34ª rodada). São 15 partidas sem vitória. Neste período, foram cinco empates e 10 derrotas.
A ASCENSÃO DOS GURIS DA BASE
Com o rebaixamento encaminhado, ainda que não fosse confirmado matematicamente, o Juventude já iniciou o processo de preparação e observação de atletas para a temporada de 2023, na Série B. Com isso, a partir da 24ª rodada, na partida contra o Inter, no Beira-Rio, alguns jovens atletas da base alviverde começaram a ser relacionados.
Foi o caso de jogadores como o volante Pará (20), o meia Rafinha (19) e os atacantes Weliton (17) e Ruan (17). Dentre eles, Rafinha e Ruan foram os que mais entraram em campo pelo Juventude no Brasileirão.
NOVA MUDANÇA NA CASAMATA
Após 16 partidas, Umberto Louzer não era mais técnico do Juventude. Neste período em que a equipe involuiu tática e tecnicamente, o treinador conquistou apenas uma vitória, seis empates e nove derrotas. Um aproveitamento de apenas 18,75%.
Para o seu lugar, a direção alviverde escolheu o auxiliar Lucas Zanella para comandar o Juventude a partir da 30ª rodada do Brasileirão, diante do Corinthians. O profissional segue como treinador interino da equipe, já que o clube ainda não confirmou, de forma oficial, Celso Roth como novo técnico para a próxima temporada.
*Sob Supervisão de Maurício Reolon