Chegou o momento de conferir quem corre mais rápido, quem salta mais alto e mais distante, e também quem melhor arremessa dardos e pesos na 24ª Surdolimpíadas de Verão. O Atletismo, esporte mais antigo da humanidade disputado desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, teve início na manhã ainda nublada deste sábado (7). A primeira parte do dia iniciou com as provas do Heptatlo, 100 e 400 metros rasos, no Complexo Esportivo do Sesi, em Caxias do Sul.
À tarde sob céu azul e clima agradável, a pista reformada especialmente para os Jogos Surdolímpicos recebeu novas classificatórias das provas disputadas pela manhã e também a semifinal do 4x400m misto e a final dos 10.000m feminino. O clima agradável, após uma semana chuvosa e de tempo instável atraiu o público que, misturada às delegações, lotou a arquibancada da pista de Atletismo do Sesi.
Entre os curiosos, a família do pequeno Benjamin Fidler Bueno, 6 anos, que chegou cedo para registrar a maior quantidade fotos com os atletas de diferentes delegações. Para garantir a coleção de momentos, o pai Rafael Bueno, 44, imprimiu em diversos idiomas dizeres como "Boa Sorte", "Tire uma foto comigo" e "Qual seu Instagram?". A solução encontrada pelo corretor de imóveis possibilitou a criação de um álbum virtual de registros históricos.
— Estamos tendo uma oportunidade ímpar de ter grandes personalidades perto da gente e são muito acessíveis, gostam de dar atenção e carinho. Tiramos muitas fotos e estamos guardando para quando ele crescer — afirmou.
Fã de Basquete, e com o mascote dos Jogos à tira colo, Benjamim estava acompanhado da mãe, a personal trainer Eliziane Fidler, 43, que não pensou duas vezes em oportunizar ao filho a experiência de acompanhar a Surdolimpíadas.
— Não dá pra perder, as crianças gostam muito é um exemplo pra elas. Senti falta de alguém que anunciasse as provas e situasse o público para o que está acontecendo na pista — comentou.
Com 12 atletas, a delegação Brasileira pela primeira vez na história montou um grupo para vir juntos à competição. Em outras edições de Surdolimpíadas e campeonatos mundiais os atletas chegavam ao país sede por conta própria para representar as cores do Brasil. Chefe da delegação de Atletismo, Epaminondas Júnior comemorou o pioneirismo em Caxias do Sul ao lado de atletas vindos do Amazonas, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Paraná. Formada por cinco profissionais, a comissão técnica também é motivo de orgulho.
— Somos o único grupo com psicóloga a disposição. Precisamos de um preparo emocional, dentro do atletismo o controle das emoções é decisivo, e trouxemos esse pioneirismo. Disputar em casa é muito bom, a todo momento as pessoas pedem fotos com os atletas e isso os deixa muito orgulhosos, estamos dispostos a dar o sangue aqui — prometeu.
A fase classificatória segue durante toda a manhã de domingo, com portões abertos e entrada gratuita, quando serão conhecidos os finalistas que disputarão por um lugar ao pódio nas finais que ocorrem a partir das 16h de segunda-feira (9).
