Leonardo Manzi é sinônimo de gols e de boas lembranças do Juventude na Série A do Campeonato Brasileiro. O ex-centroavante alviverde brilhou com a camisa jaconera entre 2001 e 2004. Foram quatro edições do Brasileirão pelo Juventude, 61 jogos na elite do futebol nacional, 25 gols. Em 2002, foi o ano que ele mais fez gols: nove em 16 partidas.
Memórias que marcaram torcedores e o ex-jogador, que atualmente mora em Goiânia e trabalha como coordenador técnico de uma escolinha de futebol e dá aula de personal trainer. Depois de uma passagem pelo futebol alemão, Manzi voltou ao Brasil para atuar no Inter. No entanto, o bom futebol retornou mesmo no Juventude.
— Uma das coisas mais importantes que vem à minha cabeça quando penso no Juventude é a construção de uma carreira maravilhosa. Foram praticamente quatro anos de algo muito especial. Foi um período em que me reencontrei. No Juventude, pude voltar a fazer gols. Eu comemorava com a torcida, a quem sempre quis dar o retorno com boas atuações. Sempre busquei dar o meu melhor, não importava se era com um minuto dentro de campo ou jogando os 90 — disse Leonardo Manzi, em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha Serra 102,7 FM.
O ex-atacante guarda com carinho a campanha do time no Brasileirão Série A de 2002. Com 26 participantes, no sistema mata-mata, o Juventude terminou a primeira fase em quarto lugar na classificação geral. Nas quartas de final, foi eliminado para o Grêmio.
— Sem dúvida, a temporada com o Ricardo Gomes de treinador, em 2002, foi muito boa. A diretoria acertou em montar uma equipe muito forte, com jogadores experientes. Nossa comunicação era muito boa e isso tudo resultou no campo. Eu acredito que se naquela época o campeonato fosse disputado por pontos corridos, a gente teria ido mais longe ainda. A gente chegou até as quartas de final e acabamos eliminados pelo Grêmio em casa — contou Manzi, que não conseguiu participar do segundo jogo no Jaconi, devido a uma lesão e lembrou uma história de bastidor:
— Nesse jogo da eliminação (Juventude 0x1 Grêmio), eu estava machucado, mas não era aquela lesão de ficar semanas parado. Eu sempre fui positivo, então achava que poderia ter ficado pelo menos no banco. Eu pedi para o Ricardo pra ser relacionado. Queria jogar 5 ou 10 minutos, nem que fosse. Era jogo para mim. Eu me lesionei quase uma semana antes da partida. Fiquei uns três dias no departamento médico e voltei pro campo cerca de dois dias antes do jogo. Lembro que fui dar um trote no treinamento e senti um pouco a lesão, mas não uma dor que eu achasse que poderia me tirar do jogo. Eu não estava 100% (condição física), mas não estava inválido pro jogo. Podia ter ficado no banco.
Campanha de 2002
Além do Juventude, que classificou em quarto, outros sete times chegaram ao mata-mata: São Paulo, Corinthians, Atlético-MG, Grêmio, Fluminense, Santos e São Caetano. A equipe alviverde chegou até as quartas de finais daquele ano com uma campanha muito positiva. Em 25 jogos, foram 12 vitórias, cinco empates e oito derrotas. 41 pontos. Classificou em quarto e decidiu contra o Grêmio em casa, mesmo depois de uma temporada em que brigou contra o rebaixamento no ano anterior.
— Essa campanha começa pela diretoria que contratou bem para a temporada. O respeito, seriedade e comprometimento de todos ajudou muito. O treinador era o líder de um grupo muito focado e muito qualificado. Nós sempre tivemos uma mentalidade boa. Não nos classificamos em quarto por acaso. Já nas primeiras rodadas estávamos em cima na tabela, teve um momento em que lideramos o campeonato. Todo jogo era um clássico para nós. Foi um trabalho muito bem feito — comentou Manzi.
Manzi foi o artilheiro no Juventude em 2002. No entanto, sempre foi uma peça importante nas outras temporadas. Fez gols em estádios históricos, como Vila Belmiro, Parque Antártica, Maracanã, entre outros. O primeiro gol pelo Ju na Série A foi em agosto de 2001, na vitória por 1 a 0 contra o Guarani, no Jaconi. O último foi em novembro de 2004, na derrota para o Inter por 3 a 2.
— Todos os gols são especiais para mim. Do primeiro gol, contra o Guarani em 2001, no finalzinho do jogo, até o último contra o Inter, em Erechim. Mas sempre tem aquele gol que o atacante lembra com mais carinho e felicidade. Contra o Paraná, dei um chapéu no goleiro e foi um gol muito bonito que marquei. Além desse, teve gol de cabeça contra o São Paulo em um jogo difícil, o segundo gol contra o Corinthians no 6 a 1 e os dois gols diante do Palmeiras, em São Paulo. Michel e eu entramos aos 37 do segundo tempo. Fiz dois gols no finalzinho — relembrou.
Aposentadoria
Leonardo Manzi parou de jogar futebol em 2008, na Alemanha. Hoje, mora em Goiânia. Depois de pendurar as chuteiras, chegou a trabalhar como técnico do sub-20 do Vila Nova-GO. Depois saiu do clube goiano, mas nunca se desligou do futebol e ainda pretende trabalhar no Juventude um dia. Neste ano, esteve no hotel da concentração alviverde antes do jogo pela Copa do Brasil.
— Atualmente, trabalho como coordenador técnico de uma escolinha de futebol e dou aula de personal focado em lapidar o atleta, independente da posição. Já propus para o Juventude, quando vieram jogar contra o Vila, que se precisassem de um treinador de atacante eu estava disponível. O meu desejo maior é voltar aos gramados. Seja com profissionais ou na base — finalizou.