Havia quem o considerava "pé duro". Outros tantos diziam que o camisa 9 do Juventude não era jogador para a Série A. Porém, com a dedicação apresentada a cada jogo e, principalmente, com os gols, Leonardo Manzi conquistou a torcida alviverde.
Em meio ao processo de edição dos materiais sobre os goleadores do Ju na elite do futebol brasileiro, o fato que mais me chamou a atenção foi justamente a diversidade de características dos jogadores que mais marcaram pelo clube em cada temporada. Em 1995, Andrei chamava a atenção pela potência nas cobranças de falta e presença de área. Depois vieram Fernando, Maurílio e Rodrigo Gral. Em meio aos atacantes finalizadores, aparecia o volante Flávio, que sempre se destacou como uma peça ofensiva interessante.
Porém, nos anos 2000, a figura do centroavante ganhou ainda mais força no Jaconi. Se Sandro Sotilli, campeão gaúcho em 1998, e Márcio Mexirica, campeão da Copa do Brasil em 1999, eram centroavantes de maior mobilidade, Leonardo Manzi se estabeleceu como um centroavante raiz. Na mesma época, surgiu Geufer, guri da base e que também não primava pela qualidade técnica, mas tinha faro de gol.
Sem querer desmerecer Enilton, Da Silva, Túlio Maravilha e outros tantos bons atacantes e centroavantes que passaram pelo Jaconi na Série A, Manzi foi o que mais marcou. E não falo só pelo gols. Foi primeiro pela identificação. E depois pela entrega em campo.
Um exemplo que pode servir de lição para Matheus Peixoto, que ainda busca sua afirmação, e também para quem chegar com o desejo de vestir a camisa 9 — quem sabe, Nicolás Blandi?
A Série A mudou muito nos 14 anos em que o Juventude esteve ausente, mas uma coisa é certa: quem tiver um centroavante eficiente se beneficiará muito na busca por seus objetivos.