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Para viver e recordar do bairro São Pelegrino

Livro da professora Suzana Postali Fantinel tem lançamento neste sábado, na Casa da Cultura

Rodrigo Lopes

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Rodrigo Lopes / divulgação
Suzana e o livro Vivendo São Pelegrino, recheado de crônicas que evocam a vida no bairro durante boa parte do século 20

Suzana Postali Fantinel nasceu, cresceu, estudou, fortaleceu laços de amizade, casou, virou mãe, depois avó, tudo em um bairro que é fonte inesgotável de lembranças e histórias. São essas vivências que permeiam as 184 páginas do livro “Vivendo São Pelegrino”, cujo lançamento ocorre neste sábado, integrando a programação do último final de semana da Feira do Livro de Caxias do Sul (leia mais abaixo).

A publicação reúne cerca de 50 textos publicados originalmente em uma página do Facebook, agora acrescidos de informações e imagens extras. Tudo começou há cerca de 10 anos, com um empurrãozinho da filha Florença. Foi ela que incentivou a mãe a estrear no “mundo digital”, a partir das conversas em torno da mesa do restaurante onde Suzana encontrava amigos e vizinhos para almoçar.

Começavam a brotar ali saborosas crônicas, dialogando não apenas com as lembranças do bairro São Pelegrino - seus personagens, hábitos, crenças, ritos, saberes e fazeres -, mas com a evolução de Caxias durante boa parte do século 20. Foi o que chamou a atenção da jornalista Rubia Ana Mossi Frizzo, responsável pela curadoria de textos: 

“Observadora atenta e possuidora de uma memória privilegiada, Suzana faz relatos que misturam características do texto lírico e do jornalístico, de uma forma totalmente espontânea… vive e convive na sua comunidade, sendo por vezes protagonista, testemunha ocular ou depositária de histórias que ouviu do pai, o dentista e fotógrafo Aparício Postali, e da mãe, Guilhermina Andreazza, dos tios e outras das muitas pessoas com quem conviveu”.  

Acervo de Janir Paternoster / Facebook Caxias Fotos Antigas,reprodução
Vista aérea do bairro São Pelegrino por volta de 1949/1950. Vê-se as duas igrejas de São Pelegrino (a nova em construção e a antiga capela de madeira na rótula), além da construção do Cine Real (à esquerda, na Júlio) e a Praça João Pessoa

FLORESTA DE ANDAIMES 

Ilustrado com imagens garimpadas no acervo de família e junto à Casa de Memória São Pelegrino e ao Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, o livro também enriquece a compreensão da história local, em especial o engajamento comunitário, a partir de detalhes como os verificados no texto “Como Construir uma Igreja Monumental”:

“Quando as obras da nova igreja possibilitaram um espaço adequado, as festas eram realizadas sobre um chão de cimento, em meio a uma floresta de andaimes de eucaliptos, com suas mesinhas quadradas e suas quatro cadeiras, e alguns espaços vazios cercados, para a realização dos jogos e brincadeiras bastante disputados: a roda da fortuna, o jogo das argolas, pescaria, tiro ao alvo, telegramas, dedicatórias de músicas, rifas, colocação de florzinhas ou lacinhos de fita na blusa das senhoras, ou paletó dos homens, entre outras, de um lúdico ingênuo, que, na atualidade, pode-se concebê-lo somente em festas infantis. No auge destas comemorações, ao lado da casa paroquial, foi instalada uma grande cozinha, com os fornos para os assados e bolos, o preparo dos cremes para os recheios, a montagem das tortas e suas criativas decorações em coloridas geometrias”.

Acervo Casa de Memória São Pelegrino / divulgação
Preparativos para o início da Procissão de São Cristóvão defronte à antiga igreja de madeira de São Pelegrino, em 1950

QUINTAL DE CASA

Moradora do 9º andar do Edifício Francisco Oliva, defronte à igreja, Suzana tem o bairro como uma espécie de quintal. Vive em São Pelegrino desde que os pais, Aparício Postali e Guilhermina Andreazza, habitavam o casarão da esquina das ruas Sinimbu e Feijó Jr. - depois vendido para as irmãs do Colégio São Carlos - e, posteriormente, o sobrado da Av. Júlio com a Feijó. 

Aparício e Guilhermina, obviamente, não poderiam ficar de fora da foto de divulgação do livro (abaixo). Estão no quadro ao fundo, recém-casados, na clássica foto-pintura do Studio Geremia, como que a testemunhar a história sendo perpetuada pela filha Suzana. 

Uma história que não é só do bairro, nem só deles, é de todos nós...

Rodrigo Lopes / divulgação
Suzana e o livro de memórias que evoca a vida no bairro e a trajetória dos pais, Aparício Postali e Guilhermina Andreazza Postali (no quadro ao fundo, no início dos anos 1940)

AGENDE-SE 

O quê: lançamento do livro “Vivendo São Pelegrino”, de Suzana Postali Fantinel, integrando a programação da Feira do Livro de Caxias do Sul.
Quando: neste sábado (12), às 14h.
Onde: Galeria de Arte da Casa da Cultura (Rua Dr. Montaury, 1.333 - Caxias do Sul)
Quanto: R$ 70, à venda na banca da Livraria Rossi, na Praça Dante Alighieri. A obra foi realizada via Lei Municipal de Incentivo à Cultura, com apoio cultural do Instituto Elisabetha Randon e da empresa Guinchos Vanin. 

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