O que é patrimônio cultural? De que forma ele pode contribuir para o desenvolvimento de uma comunidade? Que locais dialogam com a memória afetiva de seus moradores? Respostas a esses e diversos outros questionamentos prometem pautar o Inventário Participativo de Galópolis, encontro que ocorre nesta terça (8), defronte à Igreja Matriz do bairro.
Com mediação da historiadora Geovana Erlo e apoio da comissão do Centro Comunitário e Cultural Galópolis (CCCG), o encontro busca despertar o interesse dos habitantes para a importância do rico patrimônio material e imaterial do vilarejo. Entram aí não apenas as edificações históricas, mas uma série de costumes, saberes e fazeres que, aos poucos, vem se perdendo – seja pelo falecimento dos antigos moradores, pelos processos migratórios ou pela falta de ações concretas de valorização.
Essa realidade também vem sendo discutida há tempos nas redes sociais do Ponto de Cultura Galópolis:
“Festejos, técnicas, artesanato, gastronomia, expressões, conhecimentos, benzeduras, crenças, lugares... Tudo isso e muito mais pode ser considerado patrimônio imaterial, que sobrevive ao ser passado de geração em geração. Em Galópolis, temos uma grande quantidade de patrimônios imateriais que foram e continuam sendo responsáveis por organizar a nossa vida em comunidade. Será que Galópolis vai continuar sendo Galópolis sem essas formas de ser e viver no território e em comunidade?”
Círculo Operário
Atualmente, uma das principais reivindicações da comunidade é o parecer positivo ao pedido de tombamento do prédio do antigo Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos (Lanifício Sehbe) – interditado pelo Corpo de Bombeiros desde 2019 devido às más condições e ao risco de incêndio.
O documento foi encaminhado ao Patrimônio Histórico do Município, para ser avaliado na primeira reunião do ano do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), prevista para este mês. A partir da provável revitalização do prédio, uma série de atividades deve contribuir para movimentar o espaço. Tudo por meio do Centro Comunitário e Cultural Galópolis.
Entram aí as sedes da AMOG, do Ponto de Cultura Fortalecendo Laços, da Amigópolis, do Clube de Mães La Mamma, do Grupo de Artesanato Galoarte, da Biblioteca Comunitária, do segundo núcleo expográfico do Museu de Território de Galópolis e das atividades do pacto de amizade entre Galópolis e a cidade italiana de Córbola.
Outras atividades seriam cursos profissionalizantes nas áreas de gastronomia, têxtil (costura) e de formação de mediadores para o patrimônio cultural do bairro, além de um núcleo de gestão, pesquisa e preservação patrimonial.
Agende-se
- O quê: Inventário Participativo de Galópolis
- Quando: nesta terça, dia 8, às 16h e às 19h
- Onde: em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia
- Quanto: gratuito Saiba mais: www.projetocccg.com e Facebook Ponto de Cultura Galópolis
Patrimônio material e imaterial
Confira algumas celebrações, locais e símbolos considerados “patrimônios culturais” informais de Galópolis. O encontro desta terça e a participação do público são fundamentais para aumentar a lista:
- Confecção dos tapetes de Corpus Christi
- Festa de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia
- Semana de Galópolis
- Escolha das Soberanas de Galópolis
- Festa Junina da Escola Ismael Chaves
- Magia de Natal no Vale Iluminado
- Cruz entre a Rua da Cootegal e a Rua Antônio Chaves
- Casarão da família Pianegonda
- Moinho entre a BR-116 e a Rua Orestes Manfro
- Mirante da Cascata Véu de Noiva
- Capitel na Rua Antônio Chaves
- Praça Duque de Caxias
Questionamentos
O encontro desta terça também pretende esclarecer dúvidas e derrubar mitos, que muitas vezes impedem o avanço das discussões sobre patrimônio, preservação e propriedade privada. As perguntas abaixo - e as respostas - também integram um tutorial disponível na página do Facebook Ponto de Cultura Galópolis.
- Preservar o patrimônio impede o desenvolvimento?
- O inventário vai impedir que eu reforme minha casa?
- Ele vai trazer recursos para Galópolis?