Fundado em 1950, o Grêmio Esportivo Elmo integrou a série de equipes que movimentaram o futebol amador caxiense nas décadas de 1950, 1960 e 1970 – era a época em que os campeonatos varzeanos mesclavam disputas entre os lendários times do Juventus, Az de Ouro, Pombal, Bangu, Gianella, Misterioso, Floriano, Reno,Tupy, Cinematográfico e Cruzeiro do Sul, entre vários outros.
A partir de uma foto compartilhada nas redes sociais do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, destacamos parte da história do time do Elmo, cujo nome, obviamente, fazia uma referência à marca de talheres eternizada pela Metalúrgica Gazola Travi – onde trabalhavam vários de seus jogadores.
Matéria do jornal Diário do Nordeste de 18 de julho de 1952 destacou o segundo aniversário da agremiação, ocorrido naquela semana. A solenidade movimentou a sede localizada na Rua Pinheiro Machado, entre a Dr. Montaury e a Visconde de Pelotas:
“À noite daquela data, em sua sede social, altos do Motorista Bar, na Pinheiro Machado, realizou-se uma interessante festividade, em que compareceu apreciável número de associados. Na ocasião, a ala feminina do Elmo homenageou a diretoria, ofertando-lhe a bandeira do clube, de cores verde, encarnada e branca, tendo ao centro, em destaque, a armadura dos antigos cavaleiros da Idade Média “Elmo”, que é a marca dos produtos fabricados pela Indústria Metalúrgica Gazola Travi, em cujo seio nasceu a referida entidade esportiva”.
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A cerimônia
Conforme a reportagem de 1952, entre os convidados estiveram os diretores da metalúrgica Sylvio Gazola e Otarino Travi, e o vereador Guilherme do Valle Tönniges, representando o Departamento de Esportes da Rádio Caxias e o jornal Diário do Nordeste, dirigido por Nestor Rizzo.
Eles acompanharam o momento em que a senhorita Zezi Barbosa, presidente da ala feminina, entregou o estandarte ao então presidente em exercício, Juvenal Quadros. Na sequência, seu Juvenal fez a entrega da bandeira do clube ao atleta mais antigo e um dos principais fundadores e entusiastas do Elmo, o arqueiro Henrique Misturini. Prossegue o texto original de 1952:
“Encerradas as solenidades, a ala feminina obsequiou os presentes com doces, frios e bebidas, tendo após realizado uma alegre reunião dançante. Como uma homenagem ao clube, os senhores Otarino Travi e Sylvio Gazola ofereceram um belíssimo conjunto de camisetas para os jogadores”.
A sede junto ao Motorista Bar
Na foto que abre a matéria vemos os integrantes do Grêmio Esportivo Elmo e seus familiares defronte à sede da agremiação, na Rua Pinheiro Machado, entre a Dr. Montaury e a Visconde de Pelotas – ao lado do atual Supermercado Andreazza.
A solenidade detalhada no texto anterior ocorreu no segundo pavimento do prédio, que abrigava, no térreo, o antigo Motorista Bar e, ao lado, a Sociedade Caxiense de Automóveis (concessionária e oficina Chevrolet) – conforme vê-se na imagem, destacando os veículos Oldsmobile produzidos pela GM.
Pergunta: você consegue identificar os jogadores, familiares e crianças da foto? Informações para o e-mail rodrigolopes33@gmail.com.
Mesmo nome da grife de cutelaria
Surgido nas dependências da Metalúrgica Gazola Travi, o time foi batizado com o mesmo nome da famosa marca de talheres e artigos de cutelaria. Na imagem acima, um anúncio da “Grande Cutelaria Elmo” publicado na revista Vida Policial de outubro de 1943.
Na foto acima, os famosos faqueiros Elmo, aqui sendo conferidos pela Miss Brasil Terezinha Morango nos escritórios da empresa, junto ao Edifício Brazex. Foi em março de 1958, quando a jovem de 21 anos visitou a Festa Nacional da Uva.
A saber: Terezinha Morango faleceu em 13 de março último, aos 84 anos.