Autor de 20 livros sobre a imigração alemã no Brasil, o jornalista Felipe Kuhn Braun publica agora sua 21° obra, desta vez sobre um tema pouco conhecido e abordado: as mulheres que casavam de preto.
Intitulado As Noivas de Preto, o livro retrata especialmente as noivas das “velhas colônias”, como as de São Leopoldo e região, as dos vales do Taquari, do Paranhana e do Rio Pardo, as de algumas localidades da Serra Gaúcha - como Nova Petrópolis e Picada Café - e as das Missões gaúchas e argentinas.
Da Idade Média ao início do século 20, as noivas com origens germânicas se casavam trajando vestido negro, tanto na Europa quanto no Brasil e na Argentina, conforme atesta a obra. Após visitar mais de 750 famílias de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e sul do Paraguai, assim como da Alemanha e de Luxemburgo, o autor reuniu aproximadamente 250 fotografias das noivas de preto, das quais 111 estão publicadas no livro.
Falecimento e luto
A obra aborda desde o Direito de Primeira Noite (ou ius prima nox, vulgarmente conhecido como Direito de Pernada) — que dava ao senhor feudal a permissão para dormir com a noiva de seu vassalo pela primeira vez antes do casamento — até o casamento por luto (em razão do falecimento de um parente próximo). Boa parte das noivas passava muitas dificuldades, especialmente de ordem econômica, e o preto foi, por séculos, utilizado em seus formais e elegantes trajes de matrimônio.
Braun escreve sobre o regime de servidão no período medieval e descreve a vida rural, as dificuldades encontradas na Europa, a migração como alternativa, os problemas enfrentados na América, o crescimento das famílias e as novas migrações. Em todos esses períodos (como atestam documentos, bibliografia e fotografias existentes), o costume de casar de preto foi um dos hábitos culturais mais duradouros.
A obra foi publicada pela editora Oikos, de São Leopoldo. O contato com o autor Felipe Kuhn Braun pode ser feito pelo e-mail felipekuhnbraun@hotmail.com.
Parceria
Informações e fotos desta página foram publicadas originalmente na coluna Almanaque Gaúcho, do colega Ricardo Chaves, de Zero Hora.