O conjunto musical Os Pedreiros marcou a cena musical de Caxias do Sul a partir da segunda metade da década de 1960. Fundado em 1965 por jovens que ensaiavam no Clube Juvenil, o grupo surgiu como um quarteto. Tocando basicamente a então febre do momento, os Beatles, e a surf music do The Ventures, Eloy Teixeira (o Paco, na guitarra), Claudio Soares (baixo), Alexandre Bedin (guitarra) e Paulo Amaral (bateria) começaram animando bailes na agremiação da qual eram sócios e nos colégios do Carmo e São José.
Pouco tempo depois, com a explosão da Jovem Guarda em todo o Brasil, a formação perdeu três integrantes e passou a contar com Paco, Luiz Fernando Horn (guitarra), Nery Rodrigues (o La Bamba, no baixo) e Gilberto Riboldi (na bateria).
Mas foi com a entrada do saxofonista Mario Hermes, marcando a terceira fase do grupo, que a banda estourou mesmo. Foi quando Os Pedreiros ficaram mais parecidos com a formação da coqueluche da época: Os Incríveis, dos hits Era um Garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones e O Milionário.
É dessa fase a foto acima, já com o novo baterista, Geri Marchioro. A partir da esquerda vemos (em pé) Nery Rodrigues (baixo), Marchioro e Mario Hermes (sax). Agachados, Luiz Fernando Horn (guitarra) e Eloy Teixeira (o Paco, na guitarra).
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Animação nos clubes
O quinteto costumava lotar os bailes promovidos pelos clubes Guarany, Juventude, Juvenil, Roda Viva, Reno e Recreio Rodoviário, além de animar casamentos, bodas e festas de 15 anos - quando era exigido um visual mais comportado (paletó e gravata, foto acima).
Todo esse sucesso proporcionou ao grupo contratos para tocar em cidades como Porto Alegre, Lages e Camboriú (SC) e Curitiba (PR). Já em 1969, os Pedreiros, agora com outros integrantes, foram para o México, até encerrarem as atividades em 1972.
O visual
Com o estouro de Roberto, Erasmo, Wanderléia e companhia, Paco e cia mergulharam não apenas no repertório da Jovem Guarda, mas no visual inspirado pela marca Calhambeque. Entra aí a colaboração de dona Maria Horn (mãe do guitarrista Luiz Fernando Horn) e do comerciante e estilista Paulo Mottin, que mantinha uma loja ao lado do Cine Real, na Av. Júlio de Castilhos.
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Conforme lembra Paco, hoje com 69 anos, os dois auxiliavam no visual do grupo, que incluía jaqueta de couro preta, calça de malha xadrez bem justa e camisas com estampas geométricas, como vemos na apresentação acima, realizada no Cine Teatro Real, em 1966.
Abaixo, um registro do iniciante colunista social Paulo Gargioni para o show dos Pedreiros em 1967. Na época, Gargioni atuava no semanário Caxias Magazine.
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A origem do nome
O batismo do grupo deu-se totalmente por acaso. Na época em que os integrantes ensaiavam em um sala do Clube Juvenil, por volta de 1964/1965, a sede social passava por uma grande reforma. Como a fachada estava tomada por tapumes, e eles entravam e saíam toda hora, começaram a ouvir: "olha ali os pedreiros"...
Não deu outra: o nome já estava escolhido.
Mascote do Carmo
Nos anos 1960, Eloy Teixeira, o Paco, também foi mascote da banda do Colégio Nossa Senhora do Carmo, onde estudava. Ao fundar o grupo Os Pedreiros, Paco fez amizades com Nestor Rizzo, Maurício Sirotsky e Oswaldo de Assis, personalidades do rádio que incentivaram os novos talentos musicais da época.
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