Assisti encantadíssima ao show de Jorge Drexler, domingo passado, em Porto Alegre, e passei boa parte do concerto suspirando com a percepção poética que o cantor uruguaio tem acerca do mundo. Lá pelas tantas, antes de cantar La Luna de Rasquí, contou a história que inspirou a letra da canção, escrita quando e estava em Los Roques, na Venezuela, em uma ilha muito pequena que só tinha uma casa — a tal Rasquí — e, ao sair do jantar “em estado de conexão espaço-temporal com o cosmos” decidiu caminhar pela areia, ladeado pelo mar turquesa do Caribe, e resolveu deitar-se para olhar a lua cheia. Teve, então, a sensação de que conversavam. E, no momento seguinte, imaginou-se como se estivesse um ponto cego — el punto cego de la pena — , em que não podia ver nem ser visto, como se o tempo tivesse parado, como se não houvesse espaço para qualquer tristeza ou frustração.
CONEXÃO
Notícia
O dia em que o tempo parou
Só momentos muito especiais nos fazem ter a sensação de que nada mais existe
Tríssia Ordovás Sartori
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