Fui convidada, há alguns dias, pelo Gilmar Marcílio, amigo querido, para gravar um vídeo falando sobre o que é felicidade e o que me faz feliz. A publicação integra uma série no Instagram, onde convida pessoas de diferentes idades e contextos, com total liberdade para expressar o que bem quiserem. A única diretriz é o tempo: até dois minutos e meio. Parece bastante, mas não é.
Até receber o convite do Gil, nunca tinha parado para pensar muito a respeito de ambos os temas. Mas nem por isso tive dificuldade para conceituá-los. É interessante como, muitas vezes, as respostas já estão em nós — a gente só não costuma fazer as perguntas, pensar sobre elas.
Ao pensar sobre felicidade, descobri que, para mim, ela é um percurso, não um destino. É uma forma de encarar o mundo, uma espécie de bússula que deve ser perseguida para nortear meus dias. Obviamente ela não acontece o tempo todo e nem sempre é fácil de alcançá-la. Mas tenho a impressão de que, se a virmos como um processo, fica bem mais fácil preenchermos nossos dias.
Acho que a felicidade também tem mútiplos tempos: ela acontece, para quem se dispõe, no momento presente, mas a gente também pode evocá-la a partir de lembranças do passado e reviver momentos de alegria, que deixam o coração quentinho, sabe?
Para mim, a felicidade é fragmentada: é a soma de muitos momentos felizes, que se misturam com outros nem não felizes assim, mas na balança, os momentos mágicos se sobrepõem e acabam ficando. Como se fossem um caleidoscópio, com pedacinhos que vão adquirindo novas cores e formas e, a cada movimento, ganhando novos contornos e possibilidades.
Responder sobre o que me faz feliz pareceu mais simples. Percebi que existe muita coisa simples que dá conta disso: a consciência de acordar e poder aproveitar mais um dia perto das pessoas que eu gosto é uma delas. A gente costuma viver como se fosse imortal e não valorizar esses instantes, que parecem bobos, mas são bênçãos.
Sou feliz ao lado das pessoas que gosto, ouvindo e contando histórias. Sou feliz quando saio pra dançar, ou quando danço e canto pela casa. Sou feliz ao contemplar momentos irrepetíveis, como contemplar um pôr do sol, sou feliz por ter mais momentos pra agradecer do que pedir e, especialmente, sou feliz por saber que as escolhas que eu fiz ao longo da vida me trouxeram exatamente ao lugar que eu gostaria de estar.