Amo os ciclos que estão no porvir: inícios de ano, segundas-feiras e todas as manhãs. Amo tudo que me dá sensação de recomeço. Adoro as mil possibilidades de fazer tudo novo de novo, a cada dia. Louvo as boas intenções que direcionamos ao futuro, seja ele próximo ou distante. Gosto de manter essas pequenas crenças cotidianas de que o melhor está para chegar.
Sou um tipo de pessoa que acorda feliz, crente que tudo vai dar certo e sai pelo mundo distribuindo sorrisos e felicitações. Naturalmente, abro os olhos e vislumbro um bom dia. De fato, amo lidar com o que está para chegar, mas, confesso, ao passo que amo, tenho medo.
E como não ter medo do desconhecido? Ele é uma figura que está prestes a virar a esquina e se fazer vista, mas ainda não está lá. Sei que ele vai chegar, mas não sei qual será a sua saúde ao adentrar aos meus dias. Também não sei em quais condições estarei para recebê-lo. Espero estar bem, cheia de energia de mudança, em todas as vezes que o novo se apresentar. Espero estar com coragem pra enfrentar os desafios que ele me impuser.
Sim, eu sei que essa minha vontade é um tanto pueril, mas ela é real, pulsante e me faz forte para sempre enfrentar meus mais horripilantes fantasmas. Aos 36 anos de existência acumular passado é regra. Uma vez eu buscava esquecimento do que se foi, hoje eu só quero aceitação e aprendizado para mudar tudo, quando preciso.
“Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.” Essa frase foi dita pelo imorrível Nelson Mandela. Concordo com Madiba ( e como não?) e pego essa frase para mim como norte, lidando com meus medos, indo atrás de superação.
Superar a mim, essa é a minha missão. Árdua e constante batalha, nem sempre a venço, mas sempre a luto. Vou ao fronte com armadura blindada ou nua, não importa. Eu sempre vou! Sou uma guerreira sem preparo, mas que não foge. Em complemento, penso que a cada vez que me ponho de pé rumo à batalha, mais preparada estou para a próxima.
Tenho me feito forte no caminho, sou o que sou por causa e apesar do que vivi. E, serei alguém superior ao que sou daqui um tempo, estou certa disso. Com a compreensão das minhas fraquezas e fortalezas, posso fazer o que quiser. Principalmente, pois sei que quem me dá a mão no final de tudo sou eu.
Ninguém além de mim vai entender plenamente cada dificuldade que está em meu caminho, cada grilo que cricrila em minha cabeça. Também, assim como não há outra pessoa para me amar de maneira única como é de meu merecimento.
Um dos grandes aprendizados que tive é que se não sou boa para mim, ninguém o será. Se eu não me der flores, ninguém achará que mereço. Se eu não me tornar interessante para mim, qual o sentido de ser interessante para quem quer que seja?
Quem eu sou tem a importância que eu dou. Meu caminho eu construí, mudo-o quando bem entender. Assumo os riscos.