Todos vivem a questionar o ano novo que está no horizonte próximo. Pobre 2023, tão jovem e já tão cheio de responsabilidades. Prematuro, carregando nas costas as expectativas de bilhões de gentes. Não acho justo!  Vamos crendo nele para melhorar nossa vida e para ampliar nossa fé no viver.

Sempre fui uma pessoa que crê no novo, dopada de esperança. Dessa vez farei diferente: serei uma pessoa melhor para o ano que chega, não esperarei nada dele. Apostarei todas as minhas fichas na força dos meus braços. Buscarei o mais estratégico, inteligente e corajoso dentro de mim e deixarei 2023 descansar. 

Diferentemente dos anos anteriores, onde escondi o que eu almejava para mim como se fosse pecado ser uma conquistadora, listo abaixo minhas supermetas. Digo súper, pois elas são globais e escondem dentro de si superações, organização, rotinas, alegrias e dores. Vamos lá: 

Meta 1: deixar o passado no passado. 

Tive uma vida privilegiada de dias. Dias de aventuras, muitos amigos, experiências inusitadas. Muitas chegadas e mais partidas, tanto adeus, tanta saudade. Muitos amores, muitos risos e prantos infinitos. Fui feliz quando deu para ser e, quando não deu, não fui. Contudo, carreguei bagagem pesada até aqui. Resolvi livrar minhas costas do sobrepeso e me permito recomeçar, nascer de novo, ser tão nova quanto o ano que vem. De mala vazia e coração em paz, adentro a 2023. 

Meta 2: estar consciente dos processos. 

A ansiedade é a marcação do compasso da minha existência. Sempre pensei demais, reflexionei demais. Passei a vida buscando entender todos os porquês de tudo que me atravessou. Mas, confesso, nessa virada de ano, me sinto cansada de ser essa criatura tão analítica. Quero viver mais e só. Acompanhar meus dias passarem lentamente produtivos, tendo a noção da velocidade a qual meus pés caminham, sentindo ar que entra e sai dos meus pulmões. 

Meta 3: acreditar em meus poderes. 

Lembro-me pequena, de pouca assimilação da realidade, a escutar elogios sobre minha personalidade acolhedora, feliz e contagiantemente humana. Pois bem, decido que em 2023 ascenderei aos céus com meus melhores e mais fortes traços de humanidade. Serei gente e cada vez mais gente, no meu conceito maior do que é espalhar amor e gentileza por aí. E, com certeza, numa decisão quase violenta, não mais aceitarei que tratem isso como defeito. 

Meta 4: gastar tempo somente com o que me interessa. 

Minha filha me interessa. Minha mãe me interessa. Meus poucos amigos me interessam. Meu bem-estar me interessa. Minha paz de espírito me interessa. Minhas vitórias pessoais me interessam. Minha carreira me interessa. Meus hobbies me interessam. A vida das pessoas que carecem se sentir amadas me interessa. 

Meta 5. Meu tempo é caro, é valioso e vem de fonte esgotável. Nunca mais o desperdiçarei.  

É isso, em 2023 não espero nada. Nada além de mim, sendo minha melhor versão.