Nivaldo Pereira
Carente de poesia, começo com versos de Thiago de Mello, escritos em outros tempos escuros: “Fica decretado que os homens / estão livres do jugo da mentira. / Nunca mais será preciso usar / a couraça do silêncio / nem a armadura de palavras”. Ah, caro poeta, não imaginavas que décadas depois desses versos de esperança estaríamos outra vez mergulhados em sombrias fabulações! De novo vivemos sob o jugo oficial da mentira, entre couraças de omissões e armaduras retóricas. E quem haveria de dizer que isso ocorreria no período mais comunicativo da história? Ai, ai, Brasil, precisas atentar mais para essa mania regressiva de querer repetir o passado a cada quadra crítica do presente. Precisas também de vacinas racionais e morais contra as perigosas tentações dos pensamentos mágicos e dos interesses egoístas, sempre sustentados por deslavadas mentiras.
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