Os pedetistas caxienses escolheram maciçamente a chapa encabeçada pelo vereador Rafael Bueno para conduzir os rumos do partido na eleição de 2024. No sábado, no plenário da Câmara, a chapa 1, Reconstrução Trabalhista, obteve 248 votos, contra 71 para a chapa 2, do vereador Lucas Diel. Houve um voto em branco. A chapa 1 obteve 77,5% dos votos, contra 22,2%. Haverá uma distribuição proporcional das 71 vagas para o diretório e 20 vagas de suplentes. A chapa vencedora terá 55 nomes titulares e 16 suplentes. Na foto, Bueno com a filha Maria Rafaela (ao centro), a atual presidente, Cecília Pozza, o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho e apoiadores.
Houve dois recados claros das urnas pedetistas. O primeiro é que o partido inclinou-se nitidamente mais à esquerda desde a saída de 30 filiados em outubro do ano passado. Houve algo como uma depuração programática que se aproxima mais das raízes pedetistas. O segundo recado é que os filiados votantes não aprovaram a liderança do Governo Adiló na Câmara assumida pelo vereador Diel. A chapa encabeçada por ele obteve fraco desempenho. Havia a indicação de 91 nomes entre titulares e suplentes, mas recebeu 20 votos a menos.
Distante do governo
Politicamente, fica inicialmente descartada uma aproximação entre PDT e uma candidatura que represente o atual governo em 2024. Não se pode dizer “totalmente descartada” porque ainda haverá muitos movimentos na costura eleitoral para 2024, mas ficou o indicativo claro de que o atual governo não representa o PDT, apesar da figura do líder do governo dentro das hostes pedetistas.
Bueno já fez movimentos de aproximação à esquerda e também em direção ao MDB. O PDT estará em uma chapa majoritária. A eleição partidária deu um indicativo forte sobre o espaço político em que transitará o PDT.
Presença discreta de potenciais aliados
O PDT é o partido estratégico no tabuleiro da eleição municipal de 2024 em Caxias do Sul. Ocupa posição central no movimento das peças. Diante dessa evidência, é surpreendente a baixa representação de outros partidos, que não se traduziu em peso partidário e político na convenção pedetista. O “alto clero”, especialmente de PT e MDB, deveria marcar presença, mas assim não fez.
O prefeito Adiló Didomenico (PSDB) também não passou pela convenção. Era ocasião para nomes de peso, para valorizar um aliado em potencial. Não foi o que se viu. Os vereadores Lucas Caregnato e Rose Frigeri e o vice Alceu Cardoso foram os nomes petistas na convenção. O vereador Felipe Gremelmaier foi pelo MDB.