A campanha Dezembro Laranja reforça os cuidados com a pele, especialmente na época mais quente do ano. Instituído pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o movimento busca conscientizar sobre o câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil.
A doença é responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Ao todo, são 220 mil novos casos e quase 3 mil mortes por ano de câncer de pele.
Neste ano, o tema da campanha é "Proteger a pele é proteger a saúde". Isso porque é possível prevenir a doença ao usar protetor solar diariamente, por exemplo, e evitar a exposição prolongada ao sol das 10h às 16h, quando há maior índice de raios ultravioleta (UV).
Outras formas de se proteger contra o câncer de pele incluem o uso de roupas e acessórios para evitar que a radiação solar atinja a pele diretamente, como bonés, chapéus, sombrinhas, óculos de sol, calças e camisas.
Essas são atitudes simples que podem evitar o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele devido ao risco de metástases, que ocorre quando o tumor se dissemina para outros órgãos do corpo, explicou o médico oncologista Alex Seidel, que atua no Centro de Tratamento do Câncer (Ctcan), em Passo Fundo.
— O melanoma é o tipo menos comum, mas é responsável pela grande maioria das mortes por câncer de pele, cerca de 1,8 mil mortes por ano. Ele pode ocorrer em qualquer parte da pele, mas também em mucosas e retina, além de outros locais, na forma de manchas, pintas ou sinais — explica
Quais os fatores de risco
Apesar do câncer de pele poder atingir qualquer pessoa, alguns grupos estão mais vulneráveis aos malefícios da exposição ao sol. São eles:
- pessoas de pele e olhos claros
- pessoas com cabelos loiros ou ruivos
- histórico pessoal ou familiar de câncer de pele
- ter tido várias queimaduras de sol que deixaram a pele vermelha ou ardendo
- pintas e sardas pelo corpo.
Quando procurar um médico
O câncer de pele não-melanoma ocorre principalmente nas áreas expostas da pele, como face, orelhas, mãos, antebraços e pernas. Em geral, são pequenas lesões que não cicatrizam, com bordas de pequenos nódulos, ulceradas ou descamativas, que sangram.
Já o melanoma se apresenta com lesões escuras como pintas, “belezas”, nevus ou manchas.
— É importante conhecer o ABCDE do melanoma, um guia prático para suspeita de lesões potencialmente de risco. É fundamental a avaliação de um dermatologista. As chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce da doença — enfatiza Seidel.
Para identificar possíveis melanomas, observe se a "pinta" suspeita possui as seguintes características:
- A (assimetria): uma metade da lesão é diferente da outra
- B (bordas irregulares): contorno da pinta mal definido ou geográfico
- C (cor): duas ou mais cores como preta, castanha, branca, avermelhada ou azul
- D (diâmetro): maior que 5 milímetros
- E (evolução): qualquer alteração em pinta pré-existente em tamanho, forma e/ou cor.