O prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, foi eleito na segunda-feira (13) o novo presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para os anos de 2024 e 2025. A posse deve ocorrer no dia 28 de maio.
Ao todo, Arruda recebeu 250 votos sendo três brancos ou nulos. A indicação de Arruda segue um acordo firmado entre os partidos com mais prefeitos no estado. Estabelecido em 2005, o acerto determina o rodízio de legendas na direção da entidade entre 2021 e 2024. Como o PTB — hoje PRD — foi o quarto partido com maior número de prefeitos eleitos no RS em 2020, teve o direito de escolher o presidente da Famurs em 2024. O Progressistas e o MDB foram os primeiros a compor o rodízio.
Aos 40 anos, Arruda foi presidente da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau) em 2023 e ganhou destaque na resposta às enchentes que causaram danos no município de Barra do Rio Azul, de 1,7 mil habitantes localizado no norte gaúcho, em novembro de 2023 e maio de 2024. Agora, a cidade faz um estudo sobre a viabilidade de mudar de lugar. Segundo o prefeito, assumir a entidade agora, em um dos momentos mais difíceis do Rio Grande do Sul, condiz com uma grande responsabilidade:
— A Famurs terá que ser o elo entre os municípios, governo estadual e União, levando os anseios de cada região, município e gestor para recuperar as cidades e ajudar populações. O Rio Grande do Sul tem 497 municípios e cada um tem a sua particularidade. Então, temos que identificar essas diferenças e ajudar os nossos gestores a cadastrar projetos, buscar recursos e sensibilizar os governos federal e estadual para ser rápido nas ações de apoio. Nenhum prefeito quer que os moradores saiam de suas cidades — disse.
Segundo Arruda, os municípios buscam alternativas e soluções para auxiliar na retomada em meio às enchentes. Por isso, é necessário observar as demandas da população de baixa renda e classe média, especialmente ao pequeno e médio empresário, que precisarão de ajuda para recuperar seus lares e empreendimentos.
Barra do Rio Azul como exemplo
Em Barra do Rio Azul, um grupo de trabalho com geógrafos, hidrólogos e engenheiros civis fará uma vistoria em pontos da cidade na quarta-feira (14) a fim de debater obras preventivas a novas enchentes. Serão cerca de 20 dias de estudo para, depois, apresentar um relatório preliminar de determinará quais obras deverão ser realizadas no município.
O município integra um estudo com o curso de Engenharia Civil da Universidade Regional Integrada (URI) de Erechim para analisar a possibilidade de realocação e evitar novas enchentes no futuro. O destino seria uma área comprada para o distrito industrial da cidade, a 600 metros de distância em linha reta do centro da cidade. Em caso de mudança, Barra do Rio Azul ficaria a 460 metros de altitude em relação ao nível do mar, 30m a mais que o atual.
A distância reduziria o risco das casas, que hoje ficam a cerca de 15 metros dos rios, serem atingidas por enchentes. Outra possibilidade, porém paliativa, seria alargar o curso do rio, o que poderia repercutir na necessidade de realocação de alguns moradores. O objetivo, segundo Arruda, é dar segurança aos moradores e evitar que pessoas comecem a deixar a cidade por medo de novas inundações.
— A meta é, em 30 dias, apresentar um diagnóstico dos principais problemas que nós temos aqui dos dois rios, Azul e Paloma, que cortam a cidade. Vamos entender quais providências devemos tomar no perímetro urbano como, por exemplo, o alargamento do rio ou realocação de algumas áreas — pontuou Arruda.