A menos de uma semana do término da campanha nacional de vacinação contra a influenza, Passo Fundo registra dois óbitos pela gripe neste ano. No último domingo (20), a morte foi de uma criança de seis anos infectada por influenza tipo B, e na quarta (24) um idoso contaminado pela influenza A. Eles estavam internados no Hospital São Vicente de Paulo. Em dois hospitais da cidade na manhã desta sexta-feira (26), eram nove pessoas internadas por conta de complicações da influenza, sendo duas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A cobertura vacinal dos grupos de risco segue abaixo do esperado em Passo Fundo. Do total de 89,8 mil pessoas do grupo de risco, pouco mais de 45% tomaram a dose até as 7h desta sexta-feira (26). As crianças e as gestantes são os grupos menos vacinados, com 21% e 33% de cobertura respectivamente.
Nesta manhã o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) divulgou sete internações pela gripe, sendo quatro adultos e três crianças. No caso dos adultos, a maioria apresenta comorbidades, como doença pulmonar crônica, doença cardíaca e imunossupressão. Uma criança e um adulto estão em leitos de UTI. As demais duas internações da cidade estão no Hospital de Clínicas (HC), sendo pacientes acima de 60 anos.
— O que predomina na nossa região são casos de influenza A H1N1. Em acompanhamentos de longo e médio prazo, existe perspectiva de crescimento dos casos, com pacientes com quadro clínico mais intenso em relação ao ano passado. Os que recebemos agora, já estão ficando mais doentes e se queixam muito de dor no corpo e febre — afirma o médico infectologista do HSVP, Gilberto Barbosa.
Segundo dados repassados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), na quinta-feira (25) foram 26 diagnósticos positivos desde o início do ano em Passo Fundo, atingindo mais os idosos, com 16 casos. A taxa de cobertura vacinal do grupo está em 52%.
Já as crianças na faixa escolar são as que mais procuram atendimento médico, conforme a médica pneumologista e coordenadora da UTI adulto do HC, Janaína Pilau:
— Temos um predomínio nítido de influenza principalmente na faixa escolar, são as que mais procuram o consultório e normalmente se contaminaram na escola. Mas as pessoas não estão testando muito, o que não reflete realmente os casos contaminados.
No total de imunização, foram aplicadas 48.260 doses na cidade. No grupo de pessoas sem comorbidades, foram mais de 11,4 mil doses. As informações são do painel de acompanhamento do Ministério da Saúde, com última atualização às 7h desta sexta-feira.
— A vacina é a medida mais efetiva que a gente tem, além dos demais cuidados básicos semelhantes ao da covid-19. E nos pacientes de grupo de risco, o que tem impacto mesmo é a vacina. Ela reduz em até 70% o risco de pneumonia e de mortalidade, dependendo da população e do tipo de vírus que circula — afirma o infectologista Barbosa.