O Semear Agrohub, primeiro espaço voltado à inovação e empreendedorismo de Santa Rosa, começa a operar até março de 2025 e pavimenta o caminho para planos que certamente transformarão o noroeste gaúcho nos próximos anos.
A aposta é ancorada na estrutura do projeto até agora. O start veio da prefeitura de Santa Rosa em 2021, a partir de provocação do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), e o desenvolvimento conta com o know-how do Tecnopuc, o Parque Científico e Tecnológico da PUC-RS.
A instituição de ensino foi contratada para assessorar na criação do espaço e será um braço permanente do hub — tanto que o nome completo do espaço ficou Semear Agrohub Santa Rosa by Tecnopuc.
A iniciativa ficará em um espaço locado da Unijuí. Até agora foram usados R$ 1,5 milhão para tirar o hub do papel. O objetivo da prefeitura é que a estrutura passe a "andar com as próprias pernas" a partir da adesão de empresas parceiras.
Entre os planos da iniciativa estão estabelecer conexões internacionais, fomentar a pesquisa de soluções e focar em áreas de produção além da soja. Veja detalhes a seguir.
Conexão internacional
Dentro dos conceitos de universidade e inovação abertas, o hub busca fomentar a relação direta com Posadas, cidade argentina a cerca de 200 quilômetros e com as mesmas características econômicas de Santa Rosa.
Já existe um intercâmbio entre os dois municípios, mas o objetivo é aprofundar a relação através de parcerias com a Universidade Nacional de Misiones e outras seis instituições de ensino superior e 52 institutos de formação técnica que, juntos, somam 40 mil estudantes.
Pesquisa por soluções
Além das entidades de Posadas e do Tecnopuc, o objetivo é que outras instituições de Santa Rosa e região integrem o Hub.
Entre os exemplos estão desde a Embrapa até a Unijuí, que vai locar parte de sua estrutura para a primeira sede do Semear.
— Cada uma (das universidades) traz competências específicas e nenhuma é igual à outra. Isso nos dá uma capacidade gigantesca de resolver problemas, que é o motivo para criarmos o hub: trabalhar com pesquisa e desenvolvimento para a indústria e agricultura locais — disse Odaylson Eber, secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Rosa.
Foco na soja, mas não só isso
A soja é de onde vem a maioria dos recursos financeiros de Santa Rosa e região, então é claro que o grão fará parte e será uma constante nas ações do hub. Mas o espaço não deve se limitar a isso, disse Odaylson.
Além das soluções para aumentar a produção de grãos, o Agrohub vai focar na governança de propriedades rurais, no desenvolvimento de tecnologias para o polo metalmecânico e ao polo de proteína animal.
Este último tem o engajamento do Alibem, o segundo maior frigorífico do Brasil no setor de suínos, e do município de Santo Cristo, que é o maior produtor de leite do RS.
O hub também quer prospectar pesquisas em cima da carinata, tipo de mostarda que pode ser usado para fabricar biocombustível de aviação.
Início em 2025
A partir de janeiro, a prefeitura de Santa Rosa vai mobiliar a sala alugada na Unijuí para dar início ao funcionamento ao Agrohub. O objetivo é que o espaço fique pronto até março.
A equipe do Tecnopuc, por sua vez, vai eleger projetos prioritários de desenvolvimento e inovação regional, disse Luís Villwock, professor da Escola de Negócios da PUC-RS e coordenador do Celeiro AgFood Hub.
— O Tecnopuc tem projetos em outros lugares do país, mas é a primeira operação que encabeçamos desde o início. Fizemos uma radiografia da região e, agora, vamos reunir talentos, definir prioridades e organizar o trabalho em conjunto nessa região que é próspera dentro do agronegócio — pontuou.
Para comentários, dúvidas e sugestões de pauta entre em contato através do e-mail julia.possa@gruporbs.com.br.