A Polícia Federal realiza, nesta quarta (28) e quinta-feira (29), a reconstituição de quatro tentativas de homicídio ocorridas na Terra Indígena de Cacique Doble, no norte do RS.
Os crimes aconteceram há dois anos, em 18 e 19 de agosto de 2022, e deram início a uma série de outros atos violentos na reserva.
De acordo com a investigação, a disputa pela liderança no local motivou uma série de crimes como homicídios, milícias armadas, danos, lesões corporais e ameaças.
O objetivo é elucidar o momento e local precisos das tentativas de homicídio. A simulação também deve fornecer elementos de autoria e esclarecer a dinâmica dos acontecimentos através das versões apresentadas pelas testemunhas oculares e vítimas dos fatos.
O trabalho dos peritos ainda prevê o recolhimento de imagens e fotos aéreas para a elaboração de um laudo que vai auxiliar na investigação.
As áreas em questão estão isoladas para o trabalho da polícia. Militares do 3º BPChoque prestam apoio à ação.
Conflito recorrente
O ano de 2023 foi marcado por episódios de violência na Terra Indígena de Cacique Doble. Os conflitos envolvem casas destruídas em incêndios, feridos e mortos.
Em outubro três líderes da reserva foram presos em uma operação da Polícia Federal. Apesar de uma nova eleição ter sido realizada após o fato, dois grupos seguiram disputando a posição de liderança da reserva.
Depois disso, constantes operações da Polícia Federal tentaram conter os episódios. Em dezembro, 13 casas foram incendiadas na reserva. Dias depois, uma adolescente de 13 anos morreu após ser baleada durante um confronto.