A transição energética e a descarbonização são alguns dos temas que estão sendo tratados neste ano na conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP28, que acontece até o dia 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Em conjunto com as delegações dos governos do Paraguai e do Brasil, o presidente da Be8 e diretor do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Erasmo Carlos Battistella, participa do encontro levando a bandeira dos biocombustíveis.
—A minha participação está sendo positiva. Acho que a COP28 tem uma repercussão global, pois conta com a presença e participação da grande maioria dos países. Estar aqui é positivo, tanto para a empresa quanto para o setor. Aqui estamos debatendo a transição energética, e ela passa pelo setor dos biocombustíveis—, disse o empresário.
De acordo com Battistella, os biocombustíveis já são uma realidade, e o setor contribui muito para o processo de descarbonização. Para ele, alguns setores ainda devem precisar dos biocombustíveis.
—O que acontece é que, por algum período, as pessoas não percebiam a importância dos biocombustíveis. Eu tenho defendido que alguns setores vão precisar muito dos biocombustíveis, como, por exemplo, a aviação. Participei de um evento que reuniu as empresas, ministério de aeroportos, onde debatemos e efetivamos a única alternativa para o setor aéreo são os biocombustíveis. Essa já é uma realidade—, afirma o presidente.
Outro setor em que os biocombustíveis estão sendo apresentados é a Fórmula 1 e demais categorias de acesso. Durante o evento, Battistella se reuniu com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Mohammed bin Sulayem.
—Dentro da estratégia da Fórmula 1 está se tornar mais sustentável, por isso defendi que seja avaliado e testado o uso dos biocombustíveis em todas as categorias da competição. Segundo a FIA, os motores a combustão devem continuar, mas devem ser avaliados. É uma alternativa que faz sentido, e cabe a quem faz o regulamento dar continuidade—, falou Battistella.
O empresário destacou ainda que, nos últimos, anos foi possível perceber a iniciativa privada mais preocupada com as questões climáticas e os processos de transição energética e descarbonização.
—Desde a COP26, vejo que o setor privado está efetivamente comprometido a fazer a diferença, mas ainda precisamos que as lideranças globais sejam mais pragmáticas em assumir os seus compromissos, o que o setor privado tem feito— afirma Battistella.
Com relação às expectativas do setor para o próximo ano, o empresário destacou a possibilidade de o governo antecipar a meta de uso de biocombustíveis. Segundo ele, a mistura B13 deve ser confirmada pelo governo até março de 2024.
—A previsão de B13 é para março. Temos pedido através da associação que o governo antecipe o B14. Esse pedido está em análise. Outro ponto positivo para o setor do biocombustível foi com relação à manifestação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que demonstrou que o governo está de acordo com o projeto de biocombustível do futuro e sinalizou para uma mistura de até 25%. Isso traz uma boa notícia para o biodiesel—, conta o empresário.