Depois de cair na primeira fase da Divisão de Acesso, o Gaúcho tenta se reorganizar internamente para planejar a temporada 2024. Em paralelo, o clube segue investigando o caso de uma possível irregularidade de dois jogadores durante a competição.
O caso tornou o clube réu por duas vezes no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), enquanto a primeira fase acontecia. Se fosse punido, o Alviverde poderia perder três pontos. Mas em ambos os julgamentos foi absolvido. Na época o TJD entendeu que o clube foi vítima de uma sabotagem no sistema de registros do BID, da CBF. A defesa apresentou documentos comprovando os vínculos dos atletas Gabriel Luigi e Alexandro e que a baixa deles no sistema web não foi realizada por pessoas de dentro do clube.
No segundo julgamento, os auditores do TJD admitiram que se tratava de um tema complexo e sugeriram a abertura de um inquérito para investigar o caso.
O presidente Paulo Faccio, conhecido como Mario Tito, afirmou que o clube fez o boletim de ocorrência e contratou um perito para investigar. A única certeza que se tem no momento é que o acesso ao sistema foi feito através de um telefone celular. Agora, está aguardando o posicionamento da CBF para poder identificar o ID do aparelho. Só assim, seria possível rastrear e identificar quem teria feito a sabotagem.
- Só nos resta aguardar a CBF nos informar o ID para saber de qual telefone foi feito o login. Se sabe que foi através de um celular. A gente não quer fazer um pré-julgamento, pois é perigoso acusar alguém, mas nós temos o maior interesse em descobrir quem fez essa invasão - disse o presidente.
No julgamento, a defesa do clube alegou que o acesso teria partida através do login do ex-presidente Augusto Ghion Jr. Porém, o Mario Tito afirma que o acesso ao sistema não foi feito pelo ex-dirigente.
– O Guto tem a maior interesse em esclarecer, porque foi o presidente que me antecedeu. Tinha funcionários no clube que tinham esse acesso. O Guto foi presidente do Gaúcho por quatro anos, investiu dinheiro do bolso, colabora com a gente diariamente – defendeu.
A confederação não tem um prazo para responder a solicitação do clube passo-fundense, mas Mario Tito acredita que isso deve ocorrer em no máximo dois meses.
- Dependemos da CBF. Eles pediram entre 30 e 60 dias para responder. Eles disseram que entram diariamente cerca de mil 1600 pedidos de informações. Por isso, a demora.
Relembre o caso
- O Gaúcho foi denunciado por ter escalado os atletas Gabriel Luigi e Alexandro para o clássico contra o Passo Fundo, no dia 4 de junho.
- Eles estavam inscritos no BID, mas na noite do dia 2 de junho, por volta das 23h40min, eles teriam sido excluídos do sistema. No dia 4, ambos foram relacionados para a partida, mas não entraram no jogo.
- Em julgamento no TJD, o clube foi absolvido por três votos a dois. A procuradoria recorreu e o Gaúcho voltou a ser absolvido, desta vez por unanimidade.