O agricultor Juarez Penz cultiva milho, trigo e soja em uma área de 330 hectares no interior de Passo Fundo, no norte do Estado. A chuva que caiu nos últimos dias acendeu a esperança por cenários melhores, após três safras com perdas em razão da estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul.
— No ano passado a gente tinha o objetivo de médias melhores e no fim acabamos colhendo a metade da produção. O objetivo era atingir 70 sacas por hectares e ficamos em 26 sacas. Precisamos que o clima mude mesmo — afirma Pen.
Na região de Passo Fundo são aproximadamente 14 mil produtores rurais atendidos pela Emater/RS. Apenas com a cultura do trigo a área de plantio aumentou 45% em 2022, chegando a 135 mil hectares. O manejo do solo é tido como fator essencial aliado aos períodos de chuva.
— É uma preocupação que nós temos grande em relação ao solo, quanto ao manejo, a reserva da água no nosso solo, com plantas recuperadoras. Para fazer esse manejo adequado, a rotação de culturas é muito importante também. E em relação à irrigação é sempre importante frisar e lembrar o produtor que ele deve buscar alternativas não só no momento da estiagem — comenta o gerente regional da Emater de Passo Fundo, Dartanhã Luiz Vecchi.
O Rio Grande do Sul está no período de entre safras, com o fim da colheita da soja e o início de plantio das culturas de inverno, caso do trigo, no noroeste do Estado. A regularidade das chuvas é considerada essencial para o desenvolvimento das lavouras. O ideal, segundo o pesquisador e agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, é de 120 a 150 milímetros por mês.
— Neste momento para os produtores de cultivos de inverno, especialmente trigo, atenção está toda voltada não para agora, mas para o que pode acontecer na primavera. Então, a preocupação não é com falta de chuva, com escassez de chuva, e sim com os excessos de umidade em decorrência da dificuldade, principalmente do controle de doenças de espiga nos cereais de inverno.
GZH Passo Fundo
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