A produção de trigo na safra de 2023/2024 deve apresentar crescimento de 4% no Rio Grande do Sul, de acordo com o primeiro levantamento de intenção de plantio da consultoria de agronegócio Safras & Mercado. O potencial crescimento foi apresentado para cerca de 700 pessoas, no Seminário Técnico do Trigo 2023, realizado pela Biotrigo Genética, em Passo Fundo, nesta quarta-feira (26).
De acordo com a estimativa da consultoria, a produção deve chegar em 6,25 milhões de toneladas de grãos. Na última safra, recorde no Rio Grande do Sul, foram 6,01 milhões de toneladas produzidas. Além disso, o Estado deve apresentar um crescimento de 5% de área plantada, passando de 1,6 mil hectares na safra 2022/2023 para 1,68 mil hectares na próxima colheita.
— Essa estimativa é baseada na última safra, que foi recorde, mas com a expectativa de ser melhor ainda. Claro que dependemos muito das condições climáticas, das chuvas, da possibilidade de geada, que sempre é possível também — afirma o analista de mercado da consultoria, Élcio Bento, que atua nas safras de mercado há mais de 20 anos.
Até o momento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Associação Rio-Grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) não divulgaram a estimativa da safra de trigo. Segundo a Emater-RS, os números devem ser apresentados em junho.
Entre os pontos positivos para a próxima safra, estão a abertura de mercado internacional para exportação, custo menor de produção — o que deve gerar uma margem importante aos produtores —, além da expectativa por chuvas com o fenômeno La Niña, qualificando a produtividade. Por outro lado, o cenário atual demonstra uma tendência de redução do preço do trigo, segundo Bento.
— Pensando que o trigo será colhido entre outubro e novembro e ser comercializado até dezembro, já pensando na paridade do trigo argentino, os preços seriam entre 1,2 mil a 1,3 mil. Seria uma queda de cerca de R$ 200 no atual cenário. Existe essa tendência de redução de preço, mas com o custo baixo de produção, traz uma situação favorável à produção — explica o analista.
Durante a apresentação, o cenário do trigo em meio a conjunturas internacionais, como o guerra entre Ucrânia e Rússia e a situação econômica da Argentina, também foi explanado.
Margem bruta faz diferença ao produtor
Compreender o cenário, trocar experiências de manejo e projetar o futuro da cultura foram alguns dos motivos de técnicos, cooperativas, cerealistas, produtores de sementes, multiplicadores e triticultores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que participaram do Seminário Técnico do Trigo.
De Carazinho, a distantes 40 quilômetros de Passo Fundo, a equipe da Sementes Tombini buscou conhecimento com as palestras realizadas no Norte Gaúcho. De acordo com o gerente comercial da empresa, Pedro Tombini, que também é produtor rural, a margem bruta da safra do trigo contribui para diluir os custos das propriedades e, consequentemente, da empresa durante todo o ano, pensando principalmente na cultura de verão.
— Você tem que pensar que muitos produtores colhem a cultura de verão entre março e abril, e ficam sem ter rentabilidade de maio a outubro, para então plantar soja novamente. Assim, a margem que o trigo deixa, vai de cada propriedade, de cada empresa. Sempre observamos uma margem bruta que ajuda a pagar as despesas que a gente acaba nunca deixando de ter, como custo de funcionários e manutenção da propriedade — declara.
Entre as novidades mostradas aos produtores no evento, a Biotrigo Genética apresentou três novas cultivares ao público: Biotrigo Sentinela, Biotrigo Talismã e Biotrigo Titan, que possuem um ciclo mais longo, com cobertura ao solo e visam o aumento de produtividade. Todas elas com o único objetivo de aumentar a taxa de sucesso das propriedades.
— Aumentar a taxa de sucesso do agricultor é um objetivo estratégico nosso. Têm muitas ações que realizamos para aumentar a taxa. Para isso, precisamos de produtos melhores, mais produtivos ou resistentes a doenças, melhor posicionados e apresentar essas novidades — pontua o diretor e melhorista da Biotrigo, Ottoni Rosa Filho.
GZH Passo Fundo
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