Durante a sexta-feira (5), produtores, extensionistas, estudantes da área e outras pessoas ligadas a aquicultura se reuniram no ginásio municipal de Coxilha para o 6º Dia Estadual do Peixe. O evento abordou tecnologias para aquicultura, os desafios do setor e oportunidades.
Na manhã, os participantes puderam acompanhar palestras com integrantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Câmara Setorial de Aquicultura, Ministério da Pesca e Aquicultura, EMATER e outros órgãos. E, ao longo da tarde, o 6º Dia Estadual do Peixe, seguiu com uma mostra de fornecedores.
O Rio Grande do Sul, segundo especialistas e autoridades, tem grande potencial na aquicultura, em específico na criação de pescados. Apesar disso, o Estado segue produzindo a mesma quantidade desde a década de 80, mas, segundo Gabriela Mattei, presidente da Tilápia RS, os números poderiam ser ainda maiores.
— Somos um 'gigante adormecido'. Se pegarmos 1% da água cadastrada, o Rio Grande do Sul sozinho pode produzir 841 mil toneladas de pescado de cultivo, de tilápias, a mesma quantidade que hoje o Brasil produz. Então se hoje o Brasil é o 4º maior produtor de tilápias no mundo, (...) o Rio Grande do Sul, sozinho, com 1% da sua capacidade cadastrada no Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul, poderia produzir 841 mil toneladas.
Embora a capacidade de produção possa aumentar, antes, o governo do Estado trabalha para fomentar o número de produtores. Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural do Estado, Ronaldo Santini, a presença em um evento como o Dia do Peixe, faz com que o órgão possa estar em contato com produtores e entender as demandas do setor.
—É um setor que tem muito a oferecer, que já tem diversos produtores que estão às margens da cadeia produtiva por falta de uma regulamentação, por falta de uma legislação que os ampare, mas que precisa de alguma forma ser acolhido pelo Estado. Que a gente possa desenvolver políticas públicas que fomentem que estimulem, que diversifiquem a produção nas pequenas propriedades.
Fortalecimento da aquicultura no RS
A Emater/RS trabalha junto aos produtores com assessoramento. Segundo o diretor técnico estadual da Emater/RS, Claudinei Baldissera, são milhares de famílias que atualmente são acompanhadas pela instituição.
— Famílias de agricultores e piscicultores que exploram a atividade comercialmente. E uma grande quantidade o universo de famílias que a Emater assessora e atende que utilizam da piscicultora, da aquicultura, como fonte de alimentação e diversificação da alimentação.
Além do trabalho com os produtores, a Emater/RS também mantém parcerias com a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado para fortalecer outra ponta do setor. Através de programas, é feito o fortalecimento de unidades de processamento dos pescados produzidos.
À frente de uma criação de tilápias há cerca de três anos Celso Mattei, começou com testes, hoje tem uma grande operação que, segundo ele, pode chegar a produzir 600 toneladas por ano. E o piscicultor está otimista para o futuro tanto de sua produção, quanto para todo o setor.
— Estou muito otimista porquê, lógico, todo processo exige investimento... Mas um investimento na proteína do peixe que é muito procurada. Esses novos tempos em que as pessoas procuram mais qualidade de vida, mais saúde, o peixe está na alimentação. E dentro destes peixes, a tilápia é muito bem aceita.
O secretário Santini também aponta que o governo não pode mais alheio para a aquicultura. O setor é de alta importância para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
— Não podemos mais ficar de costas para uma atividade que tem um papel tão importante no desenvolvimento da economia do Estado.
GZH Passo Fundo
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