Por Rui Vicente Oppermann, reitor da UFRGS
Que a UFRGS é uma grande universidade, todos sabemos, mas olhar para ela nos últimos quatro anos é percebê-la ainda maior. Ampliamos seu papel de agente do desenvolvimento regional e nacional. Produzimos conhecimento a ser convertido, por ações empreendedoras, em tecnologia, produzindo inovação. Estimulamos o empreendedorismo através de parceria pública e privada.
Realizamos com a PUCRS e a Unisinos a Aliança para a Inovação e, com a prefeitura e outros atores, o Pacto Alegre. Trazemos conosco a responsabilidade de transformar o investimento público e privado em benefício do desenvolvimento sustentável de toda a sociedade. Na pandemia, mobilizamos pesquisadores, trabalhamos em parceria com o Exército e a iniciativa privada, realizamos testes para a covid-19 com o Estado e a prefeitura, realizamos consultorias para pequenas e médias empresas e para os governos.
Ora, que a nomeação do reitor pelo presidente da República, a partir de uma lista tríplice, é prerrogativa do cargo, não há o que questionar. Há, entretanto, a expectativa da comunidade de que o primeiro da lista seja nomeado, pois venceu a consulta e foi eleito em primeiro lugar no Consun com 45 votos, enquanto o segundo fez 29 e o terceiro, este que hoje postula fortemente a reitoria, apenas três. O que nos preocupa é, sob o argumento de que a reitoria seria dominada por ideologias político-partidárias, quererem pautar a nomeação por vieses estranhos à tradição acadêmica. Que a escolha se dê pelo que foi feito e pelo que queremos fazer pela universidade, sem nos imputar qualificações e posições ideológicas que não nos caracterizam. Nossa responsabilidade é maior do que a pequenez do que se diz.
A UFRGS é a melhor universidade federal do país pelo oitavo ano, de acordo com o MEC e, se aí chegou, foi por trabalho e não por fanfarronice de quem não a conhece. Não olhamos a autonomia pelo retrovisor. Queremos a UFRGS plural e inovadora, uma instituição a serviço do desenvolvimento do Estado e do Brasil.