Por Mauro Medeiros Borges, diretor-técnico da AFC Holding S.A
Oferecer o melhor cuidado ao menor custo é uma preocupação dos sistemas de saúde de todo o mundo — e um ganho para todos: instituições, profissionais e pacientes. Essa equação requer uma transformação hospitalar que começa por estruturar uma governança clínica. O eixo é a viabilidade econômica e a eficiência nos resultados, que se traduz no principal: mais saúde.
Esse roteiro de transformação inclui eliminar o desperdício, que pode chegar a 30% da receita. Estoques mal dimensionados, dificuldade de agendamento, fila para procedimentos e demora no faturamento corroem as finanças das casas de saúde.
As decisões têm de ser tomadas a partir de bases de dados confirmadas, com a implantação de metodologias e protocolos definidos
No caso de cirurgia, tanto a espera pela internação quanto o tempo de recuperação até a alta hospitalar são proporcionais ao risco para o paciente.
Mais tempo, mais custo, mais risco. Todos perdem.
Complexos de referência nos EUA, como a Mayo Clinic, pioneira no conceito dos cuidados centrados no paciente, com 19 hospitais e 44 clínicas, a Cleveland Clinic, com 14 hospitais afiliados e 20 centros de saúde familiar renovam seus processos gerenciais e seus protocolos para otimizar um desempenho já excelente. Huston, cidade que concentra o maior número de hospitais e centros de pesquisa do mundo, com mais de 100 mil colaboradores na área, ensina como a sinergia melhora o funcionamento de todo o sistema.
Há três pilares para esta transformação: processos enxutos, automação e pessoas. As decisões têm de ser tomadas a partir de bases de dados confirmadas, com a implantação de metodologias e protocolos definidos.
Precisamos estar digitalizados, do pronto atendimento aos exames de imagem e à logística perfeita. A inteligência artificial está a nosso favor, ajuda inclusive na interpretação de resultados e no diagnóstico.
E as pessoas? Com treinamento para esse ambiente de trabalho diferente, terão mais oportunidade de se dedicar à excelência do cuidado dos pacientes.
Melhoria de processos, de protocolos e, consequentemente, dos indicadores clínicos. Qualidade na gestão, eficiência em todas as pontas. Todos ganham.