Por Rodrigo Sousa Costa, Presidente da Federasul
É da capacidade produtiva que surgem oportunidades de trabalho, renda, geração de riquezas e arrecadação para solucionar problemas sociais e ambientais.
Os fenômenos climáticos trouxeram perdas irreparáveis e graves danos à capacidade produtiva gaúcha, mas por obra do destino, boa parte da safra agrícola já tinha sido colhida. Mesmo com as perdas, com a movimentação de recursos para reconstrução, estima-se crescimento econômico de 4,28% para 2024, com crescimento da arrecadação de ICMS bastante superior a R$ 4 bilhões.
Numa fotografia do momento, o desemprego caiu para 5,1% no RS, com vagas disponíveis que não conseguimos preencher mesmo com adultos aptos ao trabalho mantidos em programas sociais, provocando uma competição nas contratações que melhora salários acima da capacidade de muitos negócios.
Defendemos a geração de renda e reivindicamos a reforma administrativa para diminuir impostos
Na mesma linha, com os resultados da safra 2024/2025 e as tendências econômicas, projetamos crescimento do PIB gaúcho em 3,21% para 2025.
Um futuro que parece promissor, mas o alto grau de endividamento de produtores rurais e empresas gaúchas mostra sinais no crescimento de 82% nas recuperações judiciais e 21% nas falências, na comparação de janeiro a novembro de 2024 com mesmo período de 2023 na Junta Comercial do Estado.
Para agravar o cenário, nossa capacidade produtiva sofre concorrência desleal das importações pelo e-commerce de até US$ 50, que carregam menos tributos, vendendo ilusão ao consumidor, que gasta sua renda para gerar empregos na Ásia e fechar empresas aqui, comprometendo seu futuro.
Se o êxodo da força de trabalho já era um problema no RS antes da tragédia, poderá se tornar crítico pela migração definitiva de empresas em busca de competitividade para Estados com políticas de isonomia, além do êxodo rural.
Na Federasul, defendemos a geração de renda e reivindicamos a reforma administrativa para que possamos reduzir impostos sobre todos. Porém, sabemos que não é possível melhorar a renda através da concorrência desleal, nem abandonando vítimas da tragédia, porque mais cedo ou mais tarde, nossa omissão matará empregos e empresas, comprometendo o futuro do RS. Por isso, são ações prioritárias hoje a oferta de crédito facilitado e o enfrentamento da concorrência desleal com políticas de isonomia.