Por Delegado Ranolfo Vieira Júnior, vice-governador e secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Sul
Com a transferência de 18 líderes de organizações criminosas a penitenciárias federais, na Operação Império da Lei, reafirmamos a soberania do Estado para o exercício da força na proteção da sociedade e na punição dos que tomam o caminho do crime. O recado ficou claro: não iremos tolerar que parta das cadeias a ordem para o cometimento de delitos.
O sucesso da operação, embora sua complexidade, pode ser resumido em uma das três premissas do Programa RS Seguro, a integração. Durante um ano, as secretarias da Segurança Pública (SSP) e de Administração Penitenciária (SEAPEN) lideraram planejamento milimétrico que costurou a ação de 15 instituições estaduais e federais.
Para estudo dos alvos, houve trabalho minucioso das áreas de inteligência de SSP, SEAPEN, Polícia Civil (PC), Brigada Militar (BM), Polícia Federal (PF) e Ministério Público (MP), com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a partir do qual PC e MP elaboraram robustas representações, depois acolhidas pelo Poder Judiciário, que garantiu celeridade às decisões.
A sensibilidade do ministro Sergio Moro em assegurar a recepção dos presos no Sistema Penitenciário Federal e determinar o apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), trouxe o respaldo da União para a ação contundente do Estado.
No dia D, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) demonstrou excelência técnica na extração dos presos das cadeias. Foi impecável a ação da BM, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do SAMU na segurança ao deslocamento entre a Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas e o Parcão, no centro da cidade. Aí presenciamos o ponto alto da integração, com todas as instituições protegendo o perímetro onde seis helicópteros – três da BM, um da Polícia Civil e dois da PRF –, em tempo cronometrado, levaram os 18 criminosos até a Base Aérea de Canoas. Da Aeronáutica, veio a estrutura segura para os exames feitos por médicos do Instituto-Geral de Perícia (IGP), antes do embarque em avião da PF. Tudo guarnecido pelo Exército. Na retaguarda, caso o clima impedisse a agilidade do transporte aéreo, a Marinha estava a postos nos rios cruzados por rodovias onde o comboio terrestre passaria.
É com esse nível de cooperação e precisão tática que manteremos o combate implacável ao crime organizado. Em solo gaúcho, o império é da lei.