É no verão, estação de calor e recesso escolar, que a maior parte dos gaúchos e suas famílias pega a estrada para programas de lazer e viagens de férias, seja para o Litoral, seja para outras cidades do Estado. Por ser exatamente o período de maior movimento nas pistas do Rio Grande do Sul, é lastimável a notícia de que, em plena alta temporada, as rodovias estaduais não terão radares fixos em funcionamento.
Será essencial centrar esforços na orientação para conscientizar os motoristas dos riscos da velocidade alta e de outros tipos de atitudes temerárias ao volante
O difícil é entender como o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) permitiu que a situação chegasse a este ponto. A informação disponível é de que os contratos assinados em 2014 para o monitoramento se encerraram em julho deste ano. Por óbvio, a licitação para a retomada do serviço deveria ter sido encaminhada com antecedência, em tempo hábil para que não houvesse essa lamentável lacuna de fiscalização das altas velocidades durante o veraneio. Inclusive contando com o risco de contratempos burocráticos e legais previsíveis. Mesmo que já exista uma empresa considerada vencedora em um dos certames, para operar a maior parte das faixas de tráfego, a previsão é de que a instalação dos controladores ocorra somente em março do próximo ano. No caso da segunda concorrência, o prognóstico é pior, por estar paralisado por um impasse judicial.
Ao menos as lombadas eletrônicas estarão funcionando. Faz bem o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) ao buscar compensar a ausência dos controladores fixos com os radares móveis para tentar impedir as imprudências no acelerador e remanejar homens para as vias que levam às praias, pontos de maior afluxo de viajantes durante o verão.
O fato é que se atravessa um momento em que motoristas responsáveis que trafegam, sozinhos ou com seus familiares, nas estradas do Rio Grande do Sul, precisam de atenção redobrada. Afinal, o governo Jair Bolsonaro também suspendeu, desde agosto, o uso de medidores de velocidade móveis, estáticos e portáteis nas rodovias federais. Os elevados números de acidentes e de índices de mortalidade no trânsito do Estado e do país exigem que, o mais breve possível, a fiscalização seja restabelecida.
Educação é sempre o melhor caminho, mas, quando ela se mostra incapaz de resolver sozinha o problema, não há outra saída que não a punição aos maus condutores. Mesmo antipática, é uma medida forçosa. Agora, no entanto, será essencial centrar esforços na orientação para conscientizar os motoristas dos riscos da velocidade alta e de outros tipos de atitudes temerárias ao volante. Respeitar as regras de boa convivência nas estradas é, literalmente, vital.