Por Ricardo Hingel, economista
As três palavras do título incorporaram-se ao universo moderno. As startups são empresas que se destacam das tradicionais por seu grau de inovação, utilizando de forma intensiva a tecnologia, estruturas extremamente leves e modelos de negócios criativos e diferenciados, todos eles lastreados em uma visão estratégica de futuro que se combinam e geram modelos disruptivos em seu mercado. Muitas vezes, criam mercados a partir de produtos ou serviços inovadores. Quando obtém sucesso, apresentam crescimentos exponenciais e agregam valor, principalmente quando têm escalabilidade, surfando em ganhos de escala.
Entre as startups, as chamadas fintechs são empresas voltadas a todo o tipo de serviço ou produto bancário. Passam por meios de pagamento, crédito, cobrança, investimentos e quaisquer serviços ou retaguardas financeiras e buscam escalas e também crescimentos exponenciais. São intensivas em tecnologia, têm estruturas leves e são inovadoras em seus produtos e serviços. Aliam a visão estratégica de mercados às oportunidades oferecidas pela tecnologia, buscam dominá-la e, a partir de ideias criativas, desenvolvem-se com visões sobre demandas futuras do setor.
Característica de uma maioria das startups é o baixo investimento inicial. Seu grande capital são suas ideias inovadoras, ou seja, são intensivas em capital intelectual. Por outro lado, nem toda a startup tem sucesso. O insucesso de parte delas é explicado pelo trajeto entre a boa ideia e sua aplicabilidade. Probabilisticamente, é possível que inúmeras pessoas em diversos lugares do mundo estejam trabalhando em algo semelhante a uma ideia que você teve agora. Ganha quem chegar primeiro, pois a maioria das ideias não é patenteável. A falta de uma visão financeira e empresarial também pesa na jornada. Há uma fronteira entre o idealismo e o pragmatismo a ser vencida.
Convencionou-se chamar de unicórnios aquelas startups que atingem valor de mercado de US$ 1 bilhão. Embora não haja dados exatos, estimativas indicam que, no mundo, possa haver cerca de até 200 empresas unicórnios. No Brasil, são duas, fintechs, o Nubank e a Stone, banco digital e meios de pagamento. Dados do setor indicam que temos em torno de 12,8 mil startups e cerca de 550 fintechs. Entre as fintechs, mais de 40% estão ligados a meios de pagamento, crédito e investimentos, em que a revolução está apenas começando. Em um setor de escala, uma olhada para a China é uma boa ideia para se entender o modelo disruptivo lá implantado, tracionado por muita inovação e uma compreensão estratégica de futuro invejável, a partir do presente.