Por Walter Lídio Nunes, vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
A qualidade de vida da sociedade depende do processo de desenvolvimento econômico sustentável que pratica. O Brasil busca o crescimento para gerar empregos com inúmeras reformas paradigmáticas inevitáveis para uma credibilidade que atraia investidores. O Rio Grande do Sul, neste contexto, precisa resolver suas questões locais, como a adesão ao regime de recuperação fiscal e a modificação da Constituição Estadual para a venda de empresas estatais.
Para atrair novos investimentos, também precisamos desfazer a fama de sermos um Estado em que empreender é difícil devido às dificuldades burocráticas que extrapolam o bom senso e ao radicalismo binário que se cria frente a possíveis alternativas de desenvolvimento.
O exemplo do momento é a discussão sobre a criação do polo carboquímico baseado nas nossas imensas reservas de carvão. O debate desqualificado sobre possíveis ameaças antecipa-se à racionalidade das análises técnicas e ambientais. Um ambientalismo histórico procura reafirmar a tese de que o econômico se sobrepõe ao ambiental e que o empreendedor subordina a sociedade local às suas demandas lucrativas. Neste cenário, crescem fake news que propagam afirmações sem bases técnicas, desconsiderando as tecnologias do primeiro mundo que permitem desenvolver um projeto que equilibre, de forma sustentável, os aspectos econômicos, sociais e ambientais. Confiamos que os órgãos governamentais e públicos envolvidos na discussão do licenciamento farão o seu papel institucional com racionalidade de posições e análises de riscos metodologicamente estruturadas.
Não se pode impedir o desenvolvimento sustentável com manobras de ONGs pautadas por informações enganosas. Os fatos e dados tecnicamente postos e analisados devem prevalecer à emocionalidade criada pelas fake news.
A sustentabilidade planetária é um valor social que entende que a biosfera tem limites e que precisamos decidir e agir considerando esta variável para orientar o desenvolvimento. Isto só pode ser obtido por meio da racionalidade, e não por emocionalidades baseadas em fake news ou interesses menores.
O arranjo produtivo do polo carboquímico gaúcho deve ser discutido em cima da verdade dos fatos e se basear nas melhores práticas e tecnologias existentes para que a sociedade possa tomar decisões racionais, pautadas pela honestidade de dados que possam se sobrepor aos argumentos fake.