Por Márcio Lüders dos Santos, advogado, diretor-geral da Comusa
Como agentes públicos do setor de saneamento, estamos traçando objetivos para o desenvolvimento sustentável, tendo como compromisso encontrar "alternativas verdes" para o gerenciamento da água e buscar, com isso, uma diminuição do impacto ambiental através do tratamento significativo do esgoto e resíduos.
O discurso progressista acabou e, o pior, não trouxe o progresso prometido
Hoje o esgoto tratado representa apenas 4,1%, de todo esgoto produzido em nossa cidade; tal índice está abaixo da média mundial ( em torno de 20%). Este duro legado que enfrentamos é reflexo de uma cultura progressista e extrativista, despreocupada com o meio ambiente.
Através dos projetos que a Comusa está implementando, buscamos atingir, em curto prazo, o percentual de 50% do esgoto tratado em nossa cidade. Um salto significativo para a qualidade de vida de todos, reduzindo de forma considerável o impacto ambiental, não só no Rio dos Sinos, mas em todo ecossistema.
Tal medida é urgente, assim como a busca de soluções naturais para a gestão da água em todo planeta. Para comprovar tal urgência, estudos da Unesco apontam que até 2050 mais de 5 bilhões de pessoas no mundo terão, de alguma forma, dificuldade no acesso à água.
A saída para este cenário está na busca pela sustentabilidade, visto que não é possível falar em justiça social sem termos uma justiça ecológica. De nada adianta vivermos em uma falsa prosperidade criada pelo modelo progressista, cuja população foi elevada de classe econômica pelo poder aquisitivo, adquirindo bens de consumo modernos, vivendo, contudo, com um saneamento medieval.
O discurso progressista acabou e, o pior, não trouxe o progresso prometido, pois esse de fato se dá através de preservação ambiental, educação, efetivo combate à pobreza e à exclusão social. Lutar pela sustentabilidade, este é o nosso desafio e de toda sociedade.
