Centralizado no gabinete do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que tem a experiência de delegado e de ex-chefe da Polícia Civil, o plano de segurança lançado nesta quinta-feira pelo governador Eduardo Leite mira um horizonte de 10 anos. Ao mesmo tempo, diferencia-se dos demais pela ênfase na articulação não apenas entre órgãos estaduais, mas também com os municípios. Por isso, é importante que possa sensibilizar os prefeitos para facilitar a obtenção de resultados com maior rapidez. A recomendação vale especialmente para os 34 municípios da Região Metropolitana, que contarão com um Gabinete de Gestão Integrada. Entre esses, é particularmente relevante o engajamento dos 14 com o maior índice de homicídios.
O programa chama a atenção pela amplitude, ao unir esforços de diferentes secretarias de Estado com ações preventivas em áreas que vão da saúde ao urbanismo, além de congregar as estruturas municipais. Por isso, depende do engajamento dos responsáveis por todas as áreas envolvidas para que os resultados pretendidos possam ser alcançados.
Entre os aspectos importantes da iniciativa, estão a criação de alternativas para jovens em bairros com altos índices de violência e a melhoria nos serviços prestados à população. A sociedade tem o direito a avanços como mais facilidade para registrar ocorrências, por exemplo. Precisa também acreditar que esse tipo de atitude terá algum resultado efetivo. O plano acerta ainda ao se comprometer com alternativas concretas para a redução do déficit de vagas no sistema prisional. Sem condições carcerárias adequadas, não há como fazer cumprir a lei.
Ações preventivas são essenciais em qualquer esforço para reduzir a criminalidade, mas exigem tempo para oferecer resultados. Por isso, devem ser muito bem combinadas com as demais. A sociedade precisa perceber, no menor prazo de tempo possível, um movimento favorável à redução da violência.
No ano passado, como demonstram as estatísticas, o Rio Grande do Sul conseguiu reduzir o número de mortes violentas, graças a ações colocadas em prática pelo governo anterior. É importante que a tendência de queda se mantenha. O plano RS Seguro, lançado ontem, tem condições de contribuir para a continuidade dos avanços registrados até agora, se sair do papel com eficiência, com metas claras e prazos bem definidos. Os gaúchos não têm mais como conviver com a sensação de insegurança.