Por Simone Beier, diretora de Recursos Humanos da Cargill no Brasil
A população mundial deve se estabilizar em 9,3 bilhões de pessoas até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). É muita gente para alimentarmos com segurança, qualidade e preservação dos recursos naturais. Para lidarmos com esse desafio, precisaremos de inovação, criatividade, experiências, tecnologia e muitos profissionais de áreas de conhecimento distintas.
Hoje, a sociedade brasileira é formada por 51% de mulheres, 54% de negros, 24% de pessoas com algum tipo de deficiência (dados do IBGE) e 12% dos brasileiros se autodeclaram como pertencentes a uma das letras da sigla LGBTI (Pesquisa Mosaico 2.0, 2016). As empresas que espelharem essa realidade no seu quadro de funcionários terão competências para desenvolver soluções e criar um futuro melhor. Afinal, criatividade e inovação surgem em times diversos e ambientes de trabalho seguros e inclusivos, onde as pessoas possam ser elas mesmas, explorar ideias e desenvolver produtos e soluções inovadoras, gerando vantagem competitiva ao negócio.
Na Cargill, diversas iniciativas estão sendo realizadas, as quais podem inspirar outras companhias do setor. Em 2016, foi criado o Comitê de Diversidade, que conta com integrantes de todos os negócios e funções para desenvolver e executar ações e iniciativas que promovam um ambiente de trabalho mais inclusivo.
Quebrar esse barreira cultural, e aumentar a diversidade dentro das empresas do agronegócio, exige coragem e determinação.
Também foram formadas as Redes de Afinidades, organizadas por funcionários voluntários engajados para discutir temas específicos. A empresa criou ainda o Mulheres Operando no Brasil (MOB), o Pride Network e o AfroCargill que desenvolvem parcerias com recursos humanos, como o projeto piloto Currículo às Cegas e o projeto Pivô para contratação de profissionais transgênero, realizado este ano.
As empresas do setor têm o desafio de demonstrar que o agronegócio é para todos, que as portas estão abertas para receber toda a diversidade que existe na nossa sociedade e que temos um ambiente inclusivo para receber todas os profissionais. Quebrar essa barreira cultural exige coragem e determinação. É um chamado à liderança do agronegócio para que o crescimento e a evolução do setor sejam ainda maior para conseguirmos alimentar tanta gente.