Em tempo de Copa do Mundo, são praticamente inescapáveis as metáforas futebolísticas. Onde quer que se vá, não só no país do futebol, os assuntos são os esquadrões nacionais e a competição esportiva que se desenrola.
Contudo, no melhor estilo de passe Ronaldinho Gaúcho, olhando para um lado e passando a bola para o outro, muito tem acontecido nos gramados da política, da economia e da sociedade que merecia mais atenção. Tal velocidade dos fatos dificulta ao brasileiro, centromédio medianamente treinado, visão de jogo crítica para essas viradas.
Mas não podemos chamá-los “melhores momentos”, pois em nossa terra raramente merecem tal adjetivação os atos que praticam os atacantes do Executivo e os meio-campistas do Legislativo. E, infelizmente, essa parece ser a verdade, também, quanto à zaga, ao menos nos últimos minutos desse tempo de jogo na segunda turma do Supremo, que tem deixado passar muita bola fácil de afastar com um chutão.
Elogios ao jogador que demonstra visão de jogo, velocidade, capacidade de decisão no momento decisivo. Craques que carregam suas seleções nas costas. Pois isso, também tem faltado ao nosso técnico, presidente, e à toda comissão técnica, pois, segundo as estatísticas do jogo que mais importa (a economia), pioraram as expectativas para o nosso final de partida (dezembro).
O PIB, que é o placar final das nações, caiu de 2,6% para 1,6%, ou seja, tomamos mais um gol. E o que mais assusta é a total falta da posse de bola. O governo, que é em nossa metáfora futebolística o nosso time, tem uma dívida bruta de 75,9% do PIB! Ou seja, ficamos com a bola (dinheiro) somente 25% do tempo, enquanto os adversários, os credores, ficam com ela o restante do jogo.
Fica evidente que precisamos mexer no esquema tático, não é mesmo? Precisamos ficar mais com a bola pra não perder de goleada. Para fazer isso precisamos cortar despesas urgentemente! Infelizmente, nenhum candidato a técnico tem falado sobre esse indispensável ponto, o que pode nos levar a perder de W.O. a próxima partida.
Precisamos de mais visão de jogo!
