O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um balanço de seu governo no primeiro dia da Convenção do Partido Democrata, nesta segunda-feira (19), em Chicago (EUA). Também criticou o ex-presidente Donald Trump e elogiou Kamala Harris. O evento segue ao longo da semana e marcará a oficialização da candidatura de Harris à Casa Branca.
Ao subir ao palco, Biden foi ovacionado. Em pé, a audiência entonou: "Amamos o Joe" e "Obrigado, Joe", ao que ele correspondeu, antes de iniciar o discurso.
Embora fosse esperada uma fala nostálgica para recapitular meio século na cena política, o presidente norte-americano começou sua manifestação de forma enérgica, focado no cenário que Harris e o partido têm pela frente:
— Mantenham os Estados Unidos avançando, não retrocedendo.
Como é costume em sua vida política, Biden também dedicou palavras à esposa, Jill, para quem pediu um aplauso, bem como a sua família.
Críticas a Trump
Biden relembrou, ainda, o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e reforçou que não há espaço para violência política no país.
Segundo o portal g1, no discurso, o líder democrata afirmou que fez um governo para todos os americanos, focando na garantia da democracia e na reconstrução da economia. Disse, ainda, que criou empregos, diminuiu desigualdades e controlou a inflação.
Ele afirmou que o extremismo e o ódio ganharam voz durante o mandato de Trump e disse que o ex-presidente não cumpriu promessas de campanha.
Enquanto isso, Trump está no meio de uma agenda apertada em estados-chave como Carolina do Norte, Arizona e Pensilvânia, onde nesta segunda-feira (19) se aprofundou em teorias conspiratórias e críticas contra Harris.
Apoio a Harris
Ainda durante a fala no primeiro dia da Convenção do Partido Democrata, Biden deu destaque a políticas públicas para a saúde e defendeu o direito ao aborto.
— Donald Trump vai conhecer o poder das mulheres em 2024 — declarou.
Ele terminou sua participação destacando que cometeu erros durante a carreira, mas que deu o seu melhor para os Estados Unidos.
— Por 50 anos, como muitos de vocês, dei meu coração e alma a nossa nação e fui abençoado milhões de vezes em troca do apoio das pessoas.
Ao longo do discurso, o presidente fez diversos elogios a Kamala, sua vice-presidente, e disse que o país está pronto para eleger a primeira mulher presidente da história dos Estados Unidos.
Entre os temas sobre os quais abordou, falou sobre a busca por um cessar-fogo na Faixa de Gaza para libertar os reféns que estão sob poder do Hamas. Nesta segunda-feira (19), manifestantes pró-Palestina protestaram em frente à convenção, onde Biden foi chamado de "genocida".
— Seguiremos trabalhando para trazer os reféns para casa e acabar com a guerra em Gaza. (...) Esses manifestantes na rua, eles têm um ponto. Muitas pessoas inocentes foram mortas, em ambos os lados — declarou o presidente.
Próximos dias
A nomeação é um marco na carreira de Kamala Harris e coroa um dos meses mais agitados da política americana, em que a vice-presidente eclodiu depois que Biden, atormentado por questionamentos à sua idade avançada, decidiu encerrar sua aspiração por um segundo mandato.
A advogada de 59 anos revitalizou o Partido Democrata, quando muitos começaram a se resignar ao cenário da derrota.
A convenção democrata tem aberto espaço para vozes a favor do acesso ao aborto, principal tema da plataforma de Harris e uma pedra no sapato dos republicanos. A cúpula continuará nesta semana com os pesos pesados do partido se sucedendo no palco em Chicago.
Nesta terça-feira (20), os olhos estarão em Barack e Michelle Obama, enquanto o ex-presidente Bill Clinton é esperado na quarta, assim como o governador de Minnesota, Tim Walz, escolhido de Kamala para vice na corrida à Casa Branca.