O ex-congressista republicano de origem brasileira George Santos, expulso do Congresso após ser acusado de corrupção, declarou-se nesta segunda-feira (19) culpado de fraude eletrônica e roubo de identidade, anunciaram fontes da Justiça.
A declaração de culpabilidade evita o julgamento que começaria no mês que vem. A juíza instrutora do caso, Joanna Seybert, anunciará a sentença em 7 de fevereiro.
Filho de imigrantes brasileiros, Santos, 36, era acusado de 23 crimes, entre eles fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, apropriação indevida de fundos públicos e mentir ao comitê eleitoral federal.
Santos se apresentou como "a nova cara do Partido Republicano" e construiu uma figura de candidato nas eleições legislativas de novembro de 2022 baseada em mentiras sobre sua educação, religião, experiência profissional, bens e salários.
O ex-congressista chegou a falsificar seu histórico familiar, afirmando ser descendente de judeus sobreviventes do Holocausto que fugiram da barbárie nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Uma investigação realizada pelo jornal The New York Times quando ele já estava no Congresso revelou suas mentiras.
Segundo a promotoria, Santos enganou doadores de sua campanha ao transferir dinheiro para sua própria conta e usá-lo para pagar dívidas pessoais, comprar roupas de grife ou fazer pagamentos com os cartões de crédito de seus próprios apoiadores sem autorização. Também foi acusado de receber benefícios aos quais não tinha direito durante a pandemia do novo coronavírus, antes da sua eleição.
A Câmara dos Representantes expulsou o republicano em dezembro, tornando-o o sexto congressista a ser obrigado a abandonar seu cargo na história da instituição. A comissão de ética da Câmara o acusou de ter "desacreditado gravemente" o órgão legislativo.