O Congresso dos Estados Unidos expulsou, nesta sexta-feira (1º), o legislador republicano George Santos, que se destacou pelas mentiras reiteradas, e o acusou de cometer crimes financeiros. Uma sanção deste tipo ocorreu em apenas cinco ocasiões anteriores ao longo da história da Câmara de Representantes, e não ocorria desde a Guerra Civil Americana, que aconteceu entre 1861 e 1865.
Votar a expulsão de um congressista exige maioria especial de dois terços dos 435 legisladores.
Santos, de 35 anos, filho de imigrantes brasileiros, havia dito ser vítima de assédio na quinta-feira (30), em sua defesa no Congresso.
Há duas semanas, um relatório de legisladores republicanos e democratas membros do Comitê de Ética da Câmara encontrou "evidência esmagadora" de má conduta por parte de Santos e alegou que ele tinha "tentado explorar fraudulentamente todos os aspectos de sua candidatura à Câmara para seu próprio benefício financeiro".
Recentemente, Santos se declarou não culpado de acusações federais como ter desfalcado os doadores de sua campanha, bem como de lavagem de dinheiro e fraude eletrônica.
Ele também é acusado de usar dinheiro de doações em procedimentos com botox e como usuário do site de conteúdo erótico Onlyfans, de cometer fraude com cartões de crédito e roubo de identidade, além de cobrar saques de seguro-desemprego aos quais não tinha direito durante a pandemia do coronavírus, antes de ser eleito.
O legislador chegou ao Congresso em 2022, ajudando os republicanos a alcançar uma apertada maioria na Câmara. No entanto, pouco tempo depois, veio à tona que ele havia mentido sobre quase tudo o que constava em seu aparentemente impressionante currículo.
"Que esse lugar vá para o inferno"
Nos Estados Unidos, George Santos, agora ex-membro republicano da Câmara dos Deputados, respondeu à sua remoção do Congresso americano e concedeu uma entrevista ao canal CNN.
— Acabou. A Câmara deu seu voto. Eles estabeleceram um novo precedente perigoso para si mesmos — declarou.
O republicano preserva determinados benefícios no seio do Congresso. Isso ocorre porque Santos ainda não enfrentou uma condenação por crime. Portanto, como ex-membro da Câmara, o filho de brasileiros mantém o direito de entrar nas instalações do Congresso americano e utilizar os serviços da academia e das salas de jantar.
Entretanto, Santos está impedido de participar de votações e deliberações em plenário.
Indagado se pretendia conservar tais benefícios, Santos afirmou:
— Por que eu iria querer ficar aqui? Que esse lugar vá para o inferno.