Mais de 40 pessoas morreram e pelo menos 500 ficaram feridas nesta segunda-feira (14) na faixa de Gaza, dia em que os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém. A onda de violência que assola a região voltou a ganhar força em dezembro do ano passado, quando Donald Trump reconheceu a cidade sagrada como capital de Israel. Poucos meses depois, os palestinos iniciaram uma serie de protestos na fronteira, na chamada Grande Marcha do Retorno. Entenda o conflito:
6 de dezembro de 2017
O presidente americano, Donald Trump, contraria as pressões internacionais e anuncia que os EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel. A medida foi acompanhada da decisão de iniciar o processo de transferência da embaixada do país de Tel Aviv, que concentra todas as embaixadas no país, para a cidade sagrada.
7 de dezembro de 2017
Protestos em várias cidades palestinas e confrontos com o exército israelense são registrados. O líder palestino do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, afirma que a mudança da embaixada dos EUA "ultrapassa linhas vermelhas" e convoca "três dias de fúria". Três foguetes são disparados da Faixa de Gaza contra o território de Israel e pelo menos 22 palestinos e três soldados israelenses são feridos.
8 de dezembro de 2017
Hamas convoca uma nova intifada (levante palestino) e sugere que o dia 8 de dezembro seja o "dia da raiva". Faixa de Gaza e Belém têm confrontos entre palestinos e forças de segurança. Dois palestinos morrem e centenas ficam feridos durante os confrontos.
9 de dezembro de 2017
No terceiro dia após o anúncio de Trump, o confronto segue. O exército israelense lança ataques aéreos contra o Hamas em retaliação a foguetes lançados a partir de Gaza, e deixa mais dois mortos. Quanto às questões diplomáticas, o presidente palestino desistiu de encontrar o vice norte-americano Mike Pence.
10 de dezembro de 2017
Milhares de manifestantes vão às ruas, pelo quarto dia seguido, no Oriente Médio e em outros países, para protestar contra a decisão de Trump. O papa Francisco volta a pedir "sensatez" e "prudência de todos" para "evitar uma nova espiral de violência". No Líbano, as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar manifestação perto da embaixada dos EUA.
11 de dezembro de 2017
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que os palestinos devem encarar a realidade de que Jerusalém é a capital de Israel de modo que ambas as partes caminhem em direção à paz. A declaração ocorre em meio a protestos no mundo árabe-muçulmano.
24 de dezembro de 2017
Sobe para 12 o número de pessoas vítimas da violência em Gaza e na Cisjordânia desde o anúncio de Trump. A maior parte das mortes ocorreu em Gaza, onde manifestantes e as forças israelenses se enfrentaram nas cercas da fronteira.
16 de fevereiro de 2018
Tanques israelenses atacam as posições dos combatentes palestinos em resposta à detonação de vários artefatos explosivos perto da patrulha do exército israelense na fronteira com Faixa de Gaza.
30 de março de 2018
Ao menos 15 palestinos morrem e centenas ficaram feridos em confrontos com soldados israelenses na fronteira de Gaza com Israel, no primeiro dia da Grande Marcha do Retorno. Apoiada pelo Hamas, a caminhada foi descrita por palestinos como protesto para destacar "a luta de centenas de milhares de palestinos que têm sido expulsos de seus lares que ficam onde hoje está Israel".
20 de abril de 2018
Autoridades contabilizam ao menos 35 palestinos mortos e milhares de feridos pelas forças israelenses desde o início da Grande Marcha do Retorno.
14 de maio de 2018
Na inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém, confrontos entre palestinos e soldados israelenses deixam ao menos 41 mortos e 500 feridos. A cerimônia foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman. Em vídeo, Trump disse que era necessário "admitir o óbvio": que a capital de Israel é Jerusalém e que os EUA estão comprometidos com a paz na região.