Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira a decisão de se retirar da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sob o argumento de que a entidade demonstra suposto "preconceito contra Israel", segundo um comunicado oficial.
É a segunda vez que os EUA deixam a Unesco. A primeira, a partir de 1983, sob o governo do presidente Ronald Reagan, durou 20 anos – o país só retornou à organização em 2003. Na época, os motivos apresentados foram "politização das agências especializadas das Nações Unidas, abordagem 'estatista' da solução de problemas e má gestão financeira". A decisão de Reagan foi imitada pelos governos do Reino Unido e por Singapura.
Washington estabelecerá uma "missão de observação" nesta agência da ONU com sede em Paris, substituindo sua representação como membro, disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert.
A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, afirmou "lamentar profundamente" a decisão dos Estados Unidos.
– A universalidade é essencial para a missão da Unesco de construir a paz e a segurança internacionais em face do ódio e da violência através da defesa dos direitos humanos e da dignidade humana – afirmou Bokova.
Depois dos Estados Unidos, Israel anunciou, nesta quinta-feira (12), sua retirada da entidade. A atuação da Unesco, conforme o país, tornou-se um "teatro do absurdo".