Subiu para 17 o número de palestinos mortos durante confronto entre manifestantes e Exército israelense na Faixa de Gaza. Atingido por tiros, na sexta-feira (30), o homem não resistiu aos ferimentos, anunciou o ministério da Saúde do território palestino.
Faris al-Raqib, 29 anos, foi ferido no estômago durante o protesto que reuniu milhares de palestinos. As mortes de sexta-feira representaram o dia mais violento desde a guerra iniciada por Israel na Faixa de Gaza em 2014.
Marcha de retorno
Manifestantes se reuniram, na sexta, em diversos pontos da fronteira para "a grande marcha de retorno", um movimento de protesto que deve durar seis semanas para exigir o direito de retorno para os refugiados palestinos e denunciar o bloqueio a Gaza.
A marcha foi lançada por ocasião do Dia da Terra, que marca a cada 30 de março a morte de seis árabes israelenses durante manifestações, em 1976, contra o confisco de terras por Israel. Os árabes israelenses são descendentes dos palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do Estado de Israel, em 1948.
Organizada oficialmente pela sociedade civil, a marcha do retorno é apoiada pelo Hamas — movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza. Israel e Hamas travaram três guerras no enclave palestino desde 2008 e observam desde 2014 um tenso cessar-fogo.
Enquanto o Estado de Israel celebrará, em maio, o 70º aniversário, os palestinos ainda aguardam a criação de seu Estado. O direito ao retorno dos refugiados continua sendo uma exigência fundamental dos palestinos e, para os israelenses, um grande obstáculo à paz.
O status de Jerusalém também é um ponto importante de tensão, agravado ainda mais desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu reconhecer, em 6 de dezembro, a cidade como a capital de Israel e transferir a embaixada americana para lá.